O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, solicitou à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) que reforce fiscalização durante o período da Black Friday. “Este reforço na fiscalização da atividade económica deverá ser dirigido tanto ao comércio digital como ao físico”, salientou a tutela.
A tutela apontou o “exponencial aumento da atividade económica e do volume de compras” para incentivar a ASAE a “proteger os consumidores de práticas de quem não cumpre com as regras legais”, segundo um comunicado.
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Para o Governo, o “objetivo é garantir a defesa e a segurança dos consumidores e, ao mesmo tempo, as condições que potenciem o comércio justo e a salvaguarda da regular atividade económica”.
Porém, os consumidores portugueses estão a revelar maior prudência nas compras por impulso à medida que se aproxima a Black Friday. Esta contenção no consumo alinha-se com a tendência europeia, segundo o estudo “European Consumer Payment Report 2025” da Intrum.
De acordo com a análise, apenas 32% dos portugueses afirmam realizar mais compras espontâneas “online” do que há dois anos, uma queda face aos 43% registados em 2024.
A nível europeu, o relatório aponta igualmente para uma inversão de comportamento: 30% dos consumidores dizem fazer mais compras impulsivas do que há dois anos, número significativamente inferior aos 45% apurados no estudo anterior.
A Intrum relaciona esta retração com o prolongamento da pressão sobre os orçamentos familiares, causada pela inflação, pelos custos de vida elevados e pelas taxas de juro.
Até as redes sociais, tradicionalmente associadas ao impulso de compra, também perderam alguma influência, sendo que 76% dos portugueses – acima dos 70% registados na Europa – consideram que as redes sociais criam expectativas financeiras pouco realistas.
O estudo destaca ainda o aumento da utilização das opções “compre agora, pague depois” (“Buy Now, Pay Later”, em inglês). Em Portugal, 31% dos inquiridos assumem estar mais predispostos a comprar quando esta modalidade está disponível, ligeiramente acima da média europeia (28%).
A Intrum alerta, contudo, para os riscos associados quando este tipo de crédito é usado para despesas não essenciais. Perante o período de grandes promoções, a empresa sublinha a importância de uma abordagem mais racional às compras.
“A Black Friday deve ser encarada como uma oportunidade para poupar de forma consciente e não como um incentivo ao consumo desenfreado”, afirmou o diretor-geral da Intrum Portugal, Luís Salvaterra, citado no comunicado.
A Intrum defende ainda que a resposta a estes desafios deve envolver consumidores, empresas e decisores políticos, apelando ao reforço da literacia financeira, a práticas comerciais transparentes e a soluções de pagamento equilibradas, de forma a reduzir o impacto do consumo impulsivo e do recurso excessivo ao crédito.











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