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Falando em Lisboa no fim de um encontro com o tema “A escola que queremos”, Catarina Martins lembrou que na última vez que o PS teve uma maioria absoluta – com José Sócrates como primeiro-ministro – os socialistas tentaram “criar uma carreira dupla que humilhou os professores”.
“Nós defendemos propostas muito claras para que haja professores nas escolas e todas as crianças e jovens tenham direito à sua educação e a uma educação da melhor qualidade. Não aceitamos, como o PS e o PSD nos seus programas, uma espécie de resignação a uma escola onde faltam professores e onde sistematicamente há alunos sem professores”, afirmou.
Catarina Martins apontou que “em novembro havia 20 mil alunos sem professores” e que o segundo período do ano letivo vai começar com ainda “11 mil alunos sem professores”.
“Não é aceitável. Precisamos de vincular mais professores. Não podem ter professores contratados durante décadas. Precisamos de apoiar os professores deslocados e acabar com o absurdo de pedir aos professores para pagarem para trabalhar, quando com salários tão baixos se pede para andarem tantos quilómetros para irem ensinar”, acrescentou.
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No programa eleitoral do Bloco de Esquerda, no âmbito das legislativas antecipadas de 30 de janeiro, defende-se ainda que haja “formação pedagógica adequada à formação inicial dos professores” que continue durante o seu percurso profissional e que haja “respeito pela carreira de quem trabalhou toda uma vida”.
Só assim, defendem os bloquistas, é que se consegue “convencer os que desistiram de ser professores a voltarem para a escola pública, que precisa deles, e convencer os jovens que ser professor é um caminho em Portugal”.
Catarina Martins afirmou que com a “democracia a atravessar um período perigoso”, é preciso “começar com a escola” a ensinar à população “o seu poder de decidir o futuro coletivo, porque a democracia é soberania popular”.
Para a coordenadora do Bloco, parte do problema é que “tiraram a democracia à escola e não a deixam entrar”.
“Impuseram currículos à escola e há um entrave absoluto a equilibrar currículos que continuam a ser patriarcais, continuam a ser eurocêntricos, heteronormativos, a reproduzir as desigualdades e as discriminações que os jovens sentem”, acrescentou.
A campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 30 de janeiro vai realizar-se entre 16 e 28 de janeiro, de acordo com o calendário definido pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o parlamento e convocou eleições antecipadas na sequência da rejeição na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).
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