A 3ª edição do Blue Bio Value, programa internacional de aceleração de startups ligadas à bioeconomia azul promovido pelas fundações Oceano Azul e Calouste Gulbenkian, arranca este ano com cinco projetos portugueses e 10 internacionais.
A partir de amanhã, terça-feira, e até 30 de outubro, sempre online devido à pandemia, as startups selecionadas enfrentam um processo de aceleração sob orientação de mais de 50 mentores das mais variadas áreas, que culminará com um pitch (apresentação ao potencial investidor) final.
As startups que mais se destacarem serão distinguidas com um prémio que pode chegar aos 45 mil euros para aplicar no desenvolvimento dos projetos. Nesta edição, há trabalhos provenientes de Portugal, Espanha, França, Irlanda, Itália, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos da América.
O programa Blue Bio Value recebeu, este ano, um total de 120 projetos oriundos de mais de 30 países, o número mais elevado de candidaturas desde o seu lançamento, em 2018.
Para Filipa Saldanha, subdiretora do Programa Gulbenkian Desenvolvimento Sustentável, “o número e a qualidade das candidaturas que recebemos demonstram que a aposta na bioeconomia azul está a contribuir para a consolidação de um novo modelo económico que será um elemento-chave na transição para uma sociedade mais sustentável e resiliente”.
Miguel Herédia, consultor da Fundação Oceano Azul, sublinha que é “fundamental que o desenvolvimento económico tenha como base a sustentabilidade ambiental” e “a bioeconomia azul, ao mesmo tempo que promove a conservação do oceano, ajuda a gerar riqueza assente em soluções sustentáveis”.
As cinco portuguesas
Os cinco projetos nacionais propõem soluções que vão desde aproveitamentos de desperdícios do mundo marinho, a melhorias nos ambientes de aquacultura, passando pela saúde e a cosmética.
A ArtiReef propõe alternativas ao uso de rocha viva em aquários, substituindo-a por um material produzido a partir de desperdício de ostras recolhido na Ria de Aveiro. Com esta solução, defende, não será necessário recolher rocha de recifes naturais, o que reduz as ameaças sobre estes ecossistemas.
A Horta da Ria produz salicórnia, uma planta comestível que cresce em zonas de sapal como a Ria de Aveiro e que pode constituir uma alternativa saudável ao sal. A startup quer a salicórnia integrada em diferentes produtos de consumo alimentar.
A InnovTrials, consultora de nutrição para peixes em aquacultura, apostou no desenvolvimento de rações que reduzem infeções e doenças dos peixes.
A NaturSensae desenvolve alternativas ao uso de aditivos de síntese química em produtos de cuidados de saúde e cosmética. Os seus produtos são feitos à base de argila, 100% naturais, e enriquecidos com água do mar e algas.
A PinkTech investiga o potencial de bactérias ricas em carotenóides enquanto suplemento alimentar para peixes da aquacultura e outros organismos. A startup aposta em produtos que permitem a redução de desperdício e a produção massiva de outros ingredientes utilizados na ração para peixe, poupando espaço, energia e recursos e melhorando o produto final em termos de cor, taxas de fertilidade e sobrevivência, e saúde.
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