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A consultora BMI Research considera que o Banco Nacional de Angola (BNA) deverá manter a taxa de juro diretora em 18% no próximo ano, depois da subida deste mês, com o fraco crescimento económico a desincentivar novas subidas.
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“Acreditamos que o Banco Nacional de Angola vai manter a taxa de juro de referência durante 2024, depois de a ter aumentado em 100 pontos base em novembro”, lê-se no comentário, a que a Lusa teve hoje acesso, à decisão do regulador financeiro, no qual se argumenta que “apesar de a inflação continuar elevada em 2024, o fraco crescimento económico vai desincentivar os decisores políticos no BNA a apertarem ainda mais a política monetária”.
Na semana passada, o BNA subiu a taxa de juro para 18%, antes fixada em 17%, depois de sete meses consecutivos de subida da inflação, uma decisão contrária à previsão da BMI Research, que antecipava uma manutenção da taxa nos 17%.
“Acreditamos que o BNA vai manter a taxa nos 18% na próxima reunião do comité de política monetária, em janeiro”, diz a consultora na nota enviada aos clientes, lembrando a forte depreciação do kwanza entre maio e novembro, de 508 para 837 kwanzas por dólar, devido ao declínio nas reservas externas, no seguimento do fim da moratória do pagamento da dívida à China.
Para a BMI Research, o BNA não deverá aumentar novamente a taxa, já que “a atividade económica tem estado limitada desde o início de 2023 devido à fraqueza do setor dos hidrocarbonetos, evidenciada pelos recentes cortes de preços nas exportações de petróleo por causa do abrandamento da procura”.
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O PIB real cresceu apenas 0,2% no segundo trimestre face ao período homólogo de 2022, e deverá ter registado uma contração de 0,2% no terceiro trimestre face aos três meses anterior, “o que provavelmente aumenta as preocupações dos membros do comité” que define e política monetária em Moçambique.
“Tentando conseguir um equilíbrio entre controlar a inflação e estimular a atividade económica, acreditamos que o BNA vai decidir manter a taxa em janeiro”, concluem os analistas.
O banco central angolano decidiu na terça-feira aumentar a taxa de juro de referência para 18%, antes fixada em 17%, devido à trajetória crescente da inflação, e prevê continuar com uma política monetária restritiva, avançou o governador da instituição.
Manuel Tiago Dias falava à imprensa depois da reunião do Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola e explicou que a decisão se deveu à perspetiva de que este quadro inflacionário venha a comprometer o objetivo de se atingir a taxa de inflação de um dígito a médio prazo.
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