A bolsa de Lisboa terminou a sessão desta terça-feira em terreno negativo, em linha com a maioria das outras praças do Velho Continente. O PSI-20 fechou a sessão a cair 0,37% para os 4.833,38 pontos. Destaque pela negativa para os títulos do BCP, que terminaram o dia a deslizar 0,18% para 21,89 cêntimos, para a Galp Energia, que recuou 1,65% para 13,085 euros, numa altura em que os preços do petróleo estão em queda ligeira nos mercados internacionais. O Brent do Mar do Norte, referência para Portugal, negoceia na casa dos 59,77 dólares por barril.
Ainda no setor energético, o grupo EDP fechou no vermelho, com a casa-mãe a desvalorizar 0,43% para 3,277 euros e a EDP Renováveis cedeu 0,32% para 9,29 euros. A travar uma queda mais acentuada da bolsa nacional estiveram as ações da Jerónimo Martins, que ganharam 1,11% para 14,145 euros, e da Sonae, que cresceram 0,62% para 81,45 cêntimos. A Mota-Engil valorizou 1,81% para 1,687 euros.
Entre as restantes praças europeias, o fim da sessão foi no vermelho. O francês CAC40 desvalorizou 0,13%, o britânico Footsie 100 recuou 0,72% e o DAX caiu 0,78%.
Este comportamento das bolsas europeias teve lugar numa altura em que as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China continuam. Nesta segunda-feira, o banco central da China decidiu descer a taxa de câmbio do yuan (moeda da China) para 6,9 yuans por dólar, o que representou o valor mais baixo em mais de dez anos. A decisão de Pequim surgiu em resposta à decisão de Donald Trump de aplicar novas taxas aduaneiras sobre bens importados da China, no valor de 300 mil milhões de dólares, e que vão entrar em vigor a 1 de setembro.
Entretanto, nesta terça-feira a autoridade monetária vendeu títulos de dívida, o que permitiu atenuar as perdas que a moeda chinesa tinha sofrido na última sessão e deu um novo impulso à moeda. As bolsas norte-americanas terminaram a sessão de segunda-feira com fortes quedas, a terça-feira foi igualmente negativa na Ásia. Contudo, a meio da manhã as bolsas na Europa estavam do lado dos ganhos. Um comportamento que não se prolongou até ao fim da sessão.
O Banco Popular da China, o banco central, emitiu esta tarde um comunicado onde defende que o facto dos EUA terem classificado a China de manipulador cambial irá “prejudicar muito a ordem financeira internacional e causar o caos nos mercados financeiros”, de acordo com o The Guardian. Pequim deixou ainda claro que esta decisão de Washington “evita uma recuperação da economia e do comércio mundial”.
Tom Essaye, fundador do The Sevens Report, indica numa nota citada pela CNBC, que “uma estabilização da guerra comercial entre os EUA/China é a chave mais importante para a estabilização dos mercados”. “Se a escalada continuar”, alerta, isso vai causar mais recuos dos mercados “independentemente do que [a Reserva Federal dos EUA] irá fazer”.
As bolsas norte-americanas estão em alta, numa altura que a sessão em Wall Street vai sensivelmente a meio.
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