A bolsa portuguesa acordou praticamente inalterada na manhã desta segunda-feira, depois de uma noite eleitoral que confirmou as expetativas dos analistas de uma vitória sem maioria do Partido Socialista (PS).
O PS venceu ontem as eleições legislativas, mas sem maioria, e aponta para um novo acordo de incidência parlamentar mais alargado, que inclua o PAN e o Livre.
“Costa dá um sinal de estabilidade para o futuro e de alinhamento com as indicações europeias de rigor orçamental. No essencial, o mercado deverá ler os resultados de forma benigna porque não há alterações de fundo na maioria parlamentar”, disse Filipe Garcia, economista da IMF-Informação de Mercados Financeiros.
Para Carlos Almeida, diretor de investimentos do Banco Best, estas eleições eram um “não evento” para os investidores, que estão mais preocupados com fatores externos. “Não havia receios por parte dos investidores em relação as estas eleições. Para os mercados, estas eleições eram um não evento. São mais relevantes factores externos, como a evolução das encomendas à indústria na Alemanha, a guerra comercial entre os EUA e a China e a situação política nos EUA”, disse.
O analista do Eurasia Group, Frederico Santi, que já esperava que o PS ganhasse sem maioria absoluta, antecipa que haja agora um acordo alargado com os partidos de esquerda. “Isto irá conduzir provavelmente a uma continuidade em termos de políticas. Mas ter de depender dos partidos mais à esquerda pode complicar o processo de formação do Governo e tornar o Governo menos estável, em particular no caso de ocorrer uma grande crise económica”, afirmou numa nota de análise de antecipação do resultado eleitoral.
O índice PSI-20 seguia a cair 0,05% às 09H00 para os 4.905,23 pontos, enquanto o índice europeu STOXX 600 recuava 0,08%. A EDP seguia a ganhar 1,19% para 3,668 euros, a Jerónimo Martins ganhava 0,27% para 14,955 euros e o BCP avançava 0,11% para 0,1903 euros. A pressionar o índice seguiam a Galp, com uma queda de 0,56% para 13,295 euros, e a NOS, a descer 0,39% para 5,08 euros.
No mercado secundário de dívida, as Obrigações do Tesouro soberanas portuguesas seguiam a valorizar, com os juros a descer para 0,131%.
A canadiana DBRS subiu o rating da República Portuguesa em um nível, na passada sexta-feira, para BBB alto, com perspetiva estável. O rating da dívida soberana está agora três níveis acima de lixo. Apesar de haver eleições legislativas no domingo, a DBRS emitiu ainda assim a sua avaliação do rating de Portugal, num sinal de conforto em relação ao resultado eleitoral, mostrando que não esperava surpresas.
Atualizada às 09H00 com mais informação e atualização de índices
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