O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI-20, valorizou ligeiramente em junho, após as fortes quebras registadas nos meses anteriores, superando a performance do IBEX-35 em Espanha.
Comparando com o ponto mais baixo do crash bolsista de 19 de março, em que o PSI-20 atingiu os 3.596 pontos, “verifica-se no final de junho uma recuperação de 22%”, segundo uma análise da Maxyield-Clube de Pequenos Acionistas.
Em termos semestrais, o índice regista uma queda de 15,8% face ao final de dezembro de 2019. No mesmo período, o mercado bolsista espanhol medido pelo IBEX-35, apresenta uma queda semestral de -24,3% e tem face ao mínimo de 2020 regista uma recuperação mais lenta, de 18,4%.
O PSI-20 subiu 1,4% para 4.390,25 pontos em junho, “após à forte quebra ocorrida nos meses de fevereiro [-9%] e março [-14%], devido ao efeito associado ao surto de coronavírus”, adianta.
Destaca que o mês de junho foi influenciado pela onda de vendas ocorrida na segunda semana, pela época de distribuição de dividendos, pelo ambiente de incerteza e os receios de uma eventual segunda vaga da epidemia do novo coronavírus.
“Neste mês merece destaque positivo a Altri, BCP, Corticeira Amorim, CTT, EDP Renováveis, NOS e Pharol, sendo que GALP, Ibersol, Navigator, Novabase, Semapa, Sonae Capital e Sonae SGPS constituem referências negativas”, adiantou na mesma análise.
“Apenas as sociedades emitentes J. Martins, EDP, EDP Renováveis, Novabase e Pharol apresentam em 2020 crescimento anual das suas cotações”, segundo a Maxyield. “As empresas com modelos de negócio mais expostos à pandemia, foram afetadas de forma muito intensa e com consequências mais severas designadamente BCP, CTT, GALP, Ibersol, Mota-Engil, Navigator, Semapa e Sonae Capital com diminuição das cotações superior a 30% no primeiro semestre de 2020”, frisa.
Salienta que, no final de junho, com exceção do Grupo EDP, as empresas cotadas que já pagaram os dividendos ainda não recuperaram da correção verificada no período ex-dividend.
No mercado espanhol, apenas a Iberdrola apresenta uma subida no primeiro semestre deste ano. O Santander, a Repsol e a Merlin registam desvalorizações superiores a 40%. A Maxyield alerta que “o índice espanhol continua a apresentar um comportamento mais gravoso e uma recuperação mais lenta”.
“O mercado nacional acompanha com pequeno atraso a recuperação bolsista europeia representada pelos índices europeu STOXX600 e britânico FTSE100”, diz a Maxyield. “Os EUA lideram o processo de recuperação internacional das sociedades cotadas em bolsa, sendo que o S&P500, índice composto pelas maiores 500 sociedades cotadas na NYSE ou NASDAQ, apresenta uma evolução mais rápida que os índices europeus”, sublinha.
Relativamente ao ponto mais baixo do crash bolsista de março, o S&P500 e o STOXX600 recuperaram no final de junho 36,5% e 28,7% respetivamente.
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