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As bolsas dispararam ontem, com Wall Street a subir a níveis recorde, depois do anúncio de que uma vacina em desenvolvimento pela Pfizer e a parceira alemã BioNTech apresenta uma eficácia de 90% na prevenção do novo coronavírus.
Em Lisboa, o PSI-20 fechou a ganhar 4,5% para 4.222,68 pontos. Na bolsa portuguesa, as ações do Millennium bcp subiram 18,9% para 9,05 cêntimos de euro. A Galp Energia disparou 17,4% para 8,26 euros por ação.
As bolsas europeias fecharam em máximos de oito meses, com o índice Stoxx 600 a ganhar 4,06%, o melhor dia desde maio.
Nos EUA, os principais índices atingiram níveis recorde. Às 20H00, o índice S&P 500 avançava 2,78%, enquanto o Dow Jones subia 4,47% e o Nasdaq 0,20%. O índice MSCI para as ações mundiais também fixou um recorde durante a sessão.
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Os preços do petróleo dispararam 8% com a perspetiva de uma subida na procura baseada na recuperação da economia.
A Pfizer e a BioNTech anunciaram que não encontraram problemas em torno da segurança da vacina até agora e esperam pedir uma autorização de emergência nos EUA no final deste mês. O possível avanço no desenvolvimento de uma vacina animou os investidores. Nos mercados, a vacina é vista como o Santo-Graal para o fim da crise provocada pelas medidas adotadas por governos para travar a epidemia do novo coronavírus.
Empresas de setores que têm estado a ser mais afetados pela atual crise tiveram fortes subidas. As acões de empresas do setor da aviação e hotelaria fizeram parte do grupo de setores que mais valorizaram em bolsa ontem. Do lado oposto, empresas de setores que têm beneficiado da crise, afundaram. É o caso das ações do serviço de videoconferência Zoom que caiu 15%. Os investidores também venderam obrigações soberanas. Se a economia recuperar, será mais difícil que os bancos centrais avancem com mais estímulos, como a compra de mais títulos de dívida no mercado.
As bolsas tem sofrido fortes perdas em 2020, devido à crise criada na sequência da epidemia. O índice português, mesmo depois da subida de hoje, ainda regista uma queda de 19% face ao final de dezembro de 2019.
Confinar levou a crise
A generalidade dos governos tem seguido uma estratégia que passa por confinar a população nas alturas em que se registam subidas de casos ‘positivos’ a covid-19 e também mais mortes de pessoas com teste positivo. A vacina tem sido promovida como uma solução para travar as medidas restritivas dos governos, que têm prejudicado o consumo e a economia e penalizado os lucros das empresas.
Os últimos confinamentos forçados na Europa levaram o Goldman Sachs a baixar as estimativas para o Produto Interno Bruto para o quatro trimestre deste ano e primeiro trimestre de 2021, em ambos os lados do Atlântico. O banco de investimento espera que “a economia europeia contraia significativamente no quarto trimestre. “Mas assim como a economia global se recuperou rapidamente dos confinamentos na primavera, esperamos que a fraqueza atual dê lugar a muito crescimento mais forte quando os confinamentos europeus terminarem e uma vacina se tornar acessível”, indicou numa nota de análise divulgada ontem. “Supondo que o FDA-Food and Drug Administration (autoridade de segurança alimentar e de medicamentos nos EUA) aprove, pelo menos, uma vacina até janeiro e a imunização em massa da população em geral comece logo em seguida, como esperamos, o crescimento deve aumentar acentuadamente no segundo trimestre”, destacou o Goldman Sachs.
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