//Bosch corta salários e despede milhares de trabalhadores

Bosch corta salários e despede milhares de trabalhadores

É mais um sinal da crise no “motor” económico da Europa. A multinacional Bosch vai despedir 5.500 trabalhadores e reduzir o salário e o horário a cerca de dez mil funcionários na Alemanha.

O maior fornecedor mundial de peças para o setor automóvel tinha anunciado, na sexta-feira, milhares de rescisões, mas agora foram conhecidas novas medidas de austeridade.

Cerca de dez mil trabalhadores da Bosch em fábricas na Alemanha vão sofrer um corte no horário de trabalho e no salário.

A maioria dos funcionários com contratos de 38 ou 40 horas semanais vão ficar com o horário reduzido a 35 horas, disse este sábado um porta-voz da multinacional alemã.

A Bosch emprega, atualmente, mais de sete mil pessoas nas unidades instaladas em Portugal.

A desaceleração no setor automóvel alemão também está a abalar a Volkswagen, que está numa disputa com os trabalhadores sobre os planos de fechar fábricas na Alemanha. A Mercedes também prometeu fazer cortes mais duros.

As grandes marcas alemãs de automóveis tomam medidas de ajustamento numa altura em que sentem os efeitos de uma diminuição da procura e maior concorrência dos fabricantes chineses.

Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal, esteve recentemente na Alemanha para uma feira do setor automóvel e conta à Renascença ter sentido “um arrefecimento”. “Há sinais que vamos percecionando. Provavelmente no primeiro trimestre do próximo ano, poder-se-á assistir a algum impacto para as nossas empresas”, diz.

A Alemanha foi o 3.º cliente das exportações portuguesas de bens em 2023, e é possível ainda que ainda ultrapasse a França e tome o 2.º lugar este ano. Até setembro, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações nacionais de bens para a Alemanha aumentaram 18,8% face ao ano passado, em termos nominais.

A juntar aos problemas económicos, a Alemanha deverá ir a eleições antecipadas no início do próximo ano, após a dissolução da coligação governamental liderada pelo chanceler Olaf Scholz.

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