A Câmara de Braga decidiu aplicar, à semelhança do que acontece em Lisboa e Porto, uma taxa turística, com a qual espera arrecadar cerca de meio milhão de euros por ano. A partir de Junho, quem, com mais de 16 anos, pernoitar na cidade pagará 1,5 euros.
A autarquia utilizará a receita para consolidar Braga como destino turístico. Industriais e hoteleiros receiam abrandamento do turismo, mas a autarquia está convicta de que o efeito será “exactamente o contrário”.
“Queremos consolidar Braga como um destino turístico e isso requer investimentos significativos”, justifica o vereador do Turismo, Altino Bessa, em declarações à Renascença.
Altino Bessa não teme que haja um abrandamento do turismo e destaca os números do Instituto Nacional de Estatística (INE), que previa 500 mil dormidas em 2018. “Tivemos 525 mil dormidas, superámos em 5% a estimativa do próprio INE”, sublinha.
“Há um equilíbrio entre o interesse municipal e o interesse da hotelaria e da restauração”, sublinha, ainda, o verador, apontando o facto de menores de 16 anos não pagarem taxa e de esta não ser aplicada no inverno: “Estamos, com esse cuidado, também para proteger o sector.”.
“Inoportuno”
O director-geral da Associação Comercial e Industrial de Braga (ACIB),Rui Marques, diz, por sua vez, à Renascença que “foi absolutamente consensual, entre os empresários, que a implementação desta medida prejudicaria a competitividade de Braga enquanto destino turístico”.
O responsável adverte que o sector do turismo em Braga está numa fase de desenvolvimento, não se encontrando ainda num “processo de maturidade que justifique a introdução de uma taxa que venha a minimizar os impactos que possam decorrer de uma grande procura turística”.
O representante dos comerciantes da cidade sublinha que “o impacto desta medida será, provavelmente, muito menor ao nível da hotelaria convencional do que ao nível do alojamento local, onde os preços de dormidas são mais baixos”.
Rui Marques vai mais longe e diz mesmo que a nova taxa “pode desviar alguns turistas para outros concelhos vizinhos que não a tenham”, além de que “este tipo de medidas penaliza quem dorme em vez de penalizar, por exemplo, quem apenas passeia na cidade”.
Apesar de ser contra a taxa, a ACIB, considera “sensato” o facto de a medida estar associada à sazonalidade. “Durante este período [Novembro a Fevereiro], a taxa de ocupação hoteleira fica, provavelmente, abaixo dos 50%. Portanto, estamos longe da pressão que justificaria esta medida [naqueles meses].”
Deixe um comentário