//Braga quer levar restauração premium à mesa de todo o país

Braga quer levar restauração premium à mesa de todo o país

Bira dos Namorados, Dona Petisca, Spirito e DeGema são jovens marcas de restauração premium que têm em comum o berço, uma gestão familiar e a ambição de conquistar a capital. Nasceram em Braga, cidade reconhecida pelo forte cariz empreendedor, conquistaram habitantes locais e turistas, e ganharam fôlego para novos voos. Já abriram espaços no Porto e olham com atenção a expansão para Lisboa.

Nádia Freitas, da Spirito Cupcakes & Coffee. Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens

Nádia Freitas, da Spirito Cupcakes & Coffee. Fotografia: Pedro Granadeiro/Global Imagens

A Spirito Cupcakes & Coffee especializou-se no fabrico de bolos, de gelados artesanais e de bebidas à base de café. Nádia Freitas, o marido e os dois irmãos são os empreendedores por detrás da Spirito, uma empresa que nasceu quase em jeito de brincadeira e assente na boa mão de Nádia para o fabrico de doces. “Fazia bolos em casa e começaram as encomendas. Surgiu então a ideia de criar um espaço de sobremesas e gelados”, conta. A primeira Spirito abriu há sete anos no centro histórico de Braga e logo na primeira hora “excedeu as expectativas”, diz a jovem empresária.

O sucesso do conceito impulsionou o lançamento da marca em Guimarães e no Porto, em regime de franchising. Mas “foi uma experiência que não correu bem” e, por isso, puseram mãos à obra e abriram por sua conta e risco um espaço no Porto, no Natal de 2016. Mas, dessa vez, a Spirito voltou a ser bem recebida. Os bolos, que todos os dias saem frescos da cozinha, os gelados de variados sabores e o café são os ingredientes que asseguram uma faturação média de 1500 euros/dia no Porto e 900 em Braga. Nádia Freitas prepara agora novos voos. “Pensamos muito em abrir em Lisboa, temos muitos pedidos, mas queremos estar próximos do negócio e isso tem impedido a abertura na capital. Mas é um objetivo.” Até ao momento já investiram quase um milhão de euros.

Milton Araújo, da DeGema, em Braga. Fotografia: Rui Oliveira

Milton Araújo, da DeGema, em Braga. Fotografia: Rui Oliveira

A DeGema, hamburgueria artesanal com origem na Cidade dos Arcebispos, definiu um plano de negócios para a abertura de uma rede de 30 lojas entre Braga e Lisboa. A marca, fundada pelos irmãos Milton e Marcelo Araújo, tem já oito hamburguerias em operação na região norte e os olhos postos em espaços para arrendar na capital. A DeGema tem uma ambição: ser uma marca nacional. Neste ano, a hamburgueria espera vendas de 5,4 milhões de euros.

Em pleno auge da crise económica, Mariana Marques e Diogo Carvalho decidiram criar o seu próprio emprego. Braga tinha potencial para um restaurante assente nos hambúrgueres artesanais, com um conceito internacional. Pegaram na tradição, aliaram contemporaneidade, e lançaram o Bira dos Namorados (o nome surge da combinação do Bira, dança do Minho, e dos famosos lenços dos namorados da região). No verão de 2014, abriram o restaurante de Braga, que “pegou de estaca” e “não foi uma tendência de novidade”, sublinham. “Todos os anos as vendas têm crescido.”

Seguros pela recetividade do conceito, abriram no verão passado a unidade do Porto. O projeto é ainda muito recente e está a ganhar o seu espaço, mas em dezembro a faturação do restaurante da Invicta já ultrapassou a de Braga. Com um investimento que supera os 400 mil euros entre os dois restaurantes, o jovem casal quer agora consolidar os negócios. “[Afinal], tínhamos um restaurante e agora temos uma empresa.” Cautelosos, não querem dar um passo maior do que as pernas, admitem que têm de se sentir mais sólidos para voar até Lisboa.

Hugo e Cristina Carvalho, da Dona Petisca, em Braga. Fotografia: Gonçalo Delgado/Global Imagens

Hugo e Cristina Carvalho, da Dona Petisca, em Braga. Fotografia: Gonçalo Delgado/Global Imagens

A Dona Petisca, nas mãos de Cristina Carvalho e do filho, Hugo, garantiu o sucesso pelo ambiente familiar e pela qualidade dos petiscos que põe na mesa. O espaço, junto à Sé de Braga, recebe clientes de várias partes do país e turistas estrangeiros de passagem. Cristina Carvalho reconhece que o negócio “está a correr bem” e que não falta quem a desafie a lançar-se noutras paragens. “Há clientes do Porto e de Lisboa que me incentivam a abrir um espaço nessas cidades. É a minha ambição.”

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