A comunicação de operações suspeitas de branqueamento de capitais em Portugal cresceu cerca de 148%, entre 2012 e 2016, sendo a maioria dos alertas dados por instituições financeiras e de pagamentos.
No total, foram detetadas no país operações suspeitas num total de cerca de 265 milhões de euros, naquele período de cinco anos, segundo o ‘Estudo Prevenção do Branqueamento de Capitais (PBC) e do Financiamento ao Terrorismo (FT)’ da EY, em parceria com a Polícia Judiciária, divulgado esta quinta-feira.
A principal infração aparente foi a fraude fiscal, que correspondeu a metade das suspeitas confirmadas, seguida de burla e do tráfico de estupefacientes.
Segundo o estudo, 86% das comunicações de operações suspeitas são comunicadas pelas instituições financeiras e de pagamento.
“Através deste estudo é possível perceber que existe ainda um caminho a percorrer até às entidades obrigadas terem um dispositivo de PBC-CFT efetivo. Trata-se de um tema com impacto significativo nas organizações, sendo que a adoção de medidas para a salvaguarda desta questão é fundamental para a gestão do risco”, afirmou Miguel Trindade Rocha, Executive Director da EY, citado num comunicado da consultora.
O estudo adianta que um terço das organizações nacionais não tem uma gestão de risco de branqueamento e financiamento ao terrorismo eficiente e eficaz. O estudo refere que 60% das organizações ou não disponibiliza formação sobre a matéria ou providencia mas sem uma periodicidade definida.
E a maioria das organizações não realiza teste de efetividade ao programa de monitorização e controlo.
O estudo concluiu que poderá ser possível, dentro de dois anos, aferir os primeiros resultados da implementação das novas medidas legais e regulamentares e do seu contributo para a efetividade do combate a estes crimes.
“A crescente complexidade do crime financeiro, a intensificação regulatória e a procura de uma maior eficiência na sua prevenção e combate, tem induzido a uma maior sofisticação tecnológica na análise de risco e a uma maior partilha de informação através de modelos colaborativos”, afirmou Pedro Subtil, da EY, citado no mesmo comunicado.
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