A Confederação da Indústria Britânica (CBI) alertou esta sexta-feira os candidatos à liderança do Partido Conservador e o Executivo do Reino Unido que um ‘Brexit’ sem um acordo seria grave para as empresas.
A CBI (sigla em inglês) divulgou uma carta aberta dirigida aos candidatos à sucessão da primeira-ministra britânica, Theresa May, na qual enfatiza que muitas empresas não conseguem financiar os preparativos para uma retirada da União Europeia (UE) sem um acordo.
Mais de dez deputados conservadores apresentaram-se como candidatos ao lugar da primeira-ministra, que anunciou a sua demissão da liderança do partido Conservador a 24 de março.
A demissão de Theresa May da liderança do partido Conservador será formalizada a 07 de junho para que a eleição comece na semana seguinte e o processo seja concluído até meados de julho, para quando está previsto o começo das férias parlamentares de verão.
O sucessor, enquanto líder do partido do Governo, torna-se também primeiro-ministro sem a necessidade de eleições legislativas.
Os candidatos a primeiro-ministro, incluindo o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson e o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, indicaram sua intenção de cumprir o ‘Brexit’, cuja data está marcada para 31 de outubro, embora haja incerteza sobre o termos de saída, dado que o Parlamento rejeitou três vezes o acordo negociado com Bruxelas.
Neste contexto, a CBI, que apoiou a permanência do Reino Unido na UE no referendo de 2016, enfatiza na sua carta que as grandes e pequenas empresas acreditam que a melhor maneira de sair do bloco europeu é com um acordo.
“A alteração a curto prazo e os danos a longo prazo para a concorrência britânica serão graves se sairmos sem um acordo”, indicou o documento.
“A grande maioria das empresas pode não estar preparada para (um cenário) sem um acordo, particularmente os membros (médias e pequenas empresas) que não podem arcar com planos de contingência caros e complexos”, acrescentou a carta.
O CBI referiu que fala em nome de 190 mil empresas que empregam um terço da força de trabalho do setor privado do país.
A confederação acrescentou que as empresas consideram que um ‘Brexit’ com acordo é essencial para proteger a economia, os empregos e os padrões de vida da população.
Muitos candidatos conservadores, incluindo Johnson, não descartam deixar a UE sem um pacto, porque consideram que devem cumprir a vontade daqueles que votaram a favor da retirada no referendo realizado a 23 de junho de 2016.
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