Essa dificuldade acrescida e o clima de incerteza que gerou no consumidor britânico tiveram repercussões na procura e, assim, no ano passado, os dados do turismo algarvio representaram uma redução na procura em relação aquela proveniência.
“Apesar de tudo, no último trimestre do ano, segundo os dados do aeroporto, houve um crescimento da procura”, afirma.
No entanto, ainda não é claro que o Brexit seja o único fator a contribuir para a retração. As perturbações nas ligações aéreas entre a região e aquele mercado, com a falência da Monarch, e a retoma de mercados alternativos, como a Tunísia, a Turquia e a Grécia, baralham as contas.
Os britânicos valem 40% dos 13 milhões de dormidas no ano passado, até outubro. Por isso, João Fernandes diz que o plano tem sido trabalhar com os agentes do turismo, mas também com investidores e residentes estrangeiros.
“Eles influenciam terceiros. São 12 mil e geram muitos fluxos diferidos com os ‘relatives and friends’. São muito importantes para a região”, confessa.
Em Lisboa, com seis unidades hoteleiras, a Shiadu também sente a quebra de visitas de ingleses. O sócio-gerente, Alexandre Testagrossa, um francês radicado em Portugal há décadas, fala de uma tendência que era forte e que se perdeu com o anúncio do Brexit.
“A maior parte dos ingleses viaja no fim de semana. Dois, ou três dias. O Brexit tirou-lhes a vontade de vir cá, num avião barato e para um hotel barato. No caso das férias espontâneas, o nosso melhor negócio, em que o cliente reserva 30 dias antes de viajar, uma situação destas tem impacto”, refere.
Deixe um comentário