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O ministro do Planeamento disse esta quarta-feira que o Governo vai aprovar até ao final desta semana um plano de contingência para empresas e cidadãos portugueses no Reino Unido, depois de o acordo para o Brexit ter sido chumbado pelos deputados britânicos.
O plano em causa tinha sido apresentado na semana passada, quando o chumbo do documento negociado entre Londres e Bruxelas parecia mais do que certo.
“O que queremos assegurar aos portugueses é que preparámos e aprovaremos esta semana em Conselho [de Ministros] um plano de contingência associado à situação das pessoas que estão no Reino Unido ou das próprias empresas que têm relações económicas com o Reino Unido”, disse Pedro Marques, em Vila Nova de Famalicão, à margem da assinatura de um protocolo para a construção de um terminal rodoferroviário.
Segundo o governante, “as instituições europeias têm vindo a preparar-se e o Estado português também no caso desta saída sem acordo poder eventualmente acontecer”.
Pedro Marques explicou que a “preocupação é com a situação de incerteza” que o chumbo ao acordo representa.
“Pedimos ao governo britânico que apresente as opções, as suas ideias para o avançar desta situação porque o que queremos, de facto, é a estabilidade, a previsibilidade para cidadãos e empresas e não esta situação de incerteza”, disse.
O Parlamento britânico reprovou na terça-feira à noite de forma expressiva o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia negociado pelo Governo da primeira-ministra, Theresa May, com Bruxelas, com 432 votos contra e 202 a favor.
Após ser conhecida a derrota do Governo conservador de Theresa May, o líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, apresentou na câmara baixa do Parlamento uma moção de censura contra o executivo que será debatida e votada na quarta-feira e que, a ser aprovada, poderá desencadear a convocação de eleições legislativas antecipadas.
Para ser bem-sucedida, uma moção de censura precisa de pelo menos 320 votos a favor, mas a oposição ocupa apenas 308 lugares dos 650 da Câmara dos Comuns, pelo que terá de conseguir o apoio de outros deputados.
Com o chumbo de ontem, a dois meses e meio da data de saída [29 de março], já esperado por políticos, imprensa e analistas, o processo fica com um futuro incerto.
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