Bruxelas quer que Theresa May tome uma decisão quanto ao futuro do Reino Unido em três semanas. Entretanto, em Londres, a primeira-ministra britânica estará a preparar-se para pedir um adiamento do divórcio.
A data oficial para a saída do Reino Unido da União Europeia é 29 de março de 2019. E de acordo com as leis vigentes, Londres deixa o bloco económico, com ou sem acordo, dentro de 10 dias. Embora, e dada a tensa situação política no Reino Unido, parece cada vez mais claro que essa data não será respeitada. Inclusivamente, na semana passada, o parlamento britânico aprovou, por maioria clara, um adiamento do Brexit.
O Conselho Europeu vai reunir-se esta semana e não deverá ser um encontro fácil para Theresa May. A primeira-ministra britânica deverá ser pressionada para escolher um de dois caminhos: ou pede um adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) até meados do próximo mês – os governos europeus têm até 11 de abril para colocar em marcha os planos para as eleições europeias que são em maio – ou arrisca-se a deixar o bloco económico no espaço de três meses sem acordo.
Na próxima quinta-feira, dia do Conselho Europeu – indicam fontes ligadas à UE da agência Bloomberg – os líderes dos 27 devem fazer a May um ultimato: Londres tem de decidir nas próximas três semanas se, até julho, submete novamente o atual acordo de ‘divórcio’ à apreciação dos deputados britânicos.
Se a chefe de governo acreditar que consegue luz verde dos parlamentares britânicos, muito provavelmente – avançam fontes diplomáticas da agência – Bruxelas não deverá aceitar nenhum pedido adicional para um adiamento da saída dos britânicos do bloco europeu. Se, por outro lado, May não estiver otimista quanto a uma decisão dos deputados, a União Europeia estará preparada para conceder um adiamento do Brexit até 2020.
E esta possibilidade não será totalmente descabida. É que, segundo fontes da BBC, a Chefe do Governo inglês está já a preparar-se para escrever uma carta à União Europeia em que formalmente pede um adiamento pequeno do Brexit. Uma fonte ministerial admitiu à cadeia britânica que este adiamento pode ser no máximo de dois anos.
A expectativa de May, e também de alguns membros do bloco económico – segundo a Bloomberg -, é que um longo adiamento assuste os políticos apologistas do Brexit e que os leve a apoiar o plano do governo.
Aliás, para deixar claro que um prolongamento do prazo não é muito apetecível, os líderes dos 27 devem insistir que o atual acordo não pode ser renegociado se o processo para a saída demorar muito tempo, indica a Bloomberg. Além disso, os estados-membros da UE vão querer uma explicação detalhada de Theresa May para perceberem como é que a Chefe de Governo pretende obter aprovação para o Brexit.
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