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Manter os apoios, sim, mas não durante demasiado tempo. Foi esta a mensagem deixada pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis no final da reunião informal do Conselho dos Assuntos Económicos e Financeiros (Ecofin), que decorreu em Lisboa.
“Manter um amplo apoio à liquidez durante demasiado tempo, acarretaria riscos orçamentais, mas, por outro lado, também deveríamos evitar uma súbita remoção prematura ou descoordenada de medidas de apoio temporário” de resposta à crise da covid-19, afirmou o responsável europeu.
O vice-presidnete do executivo comunitário sublinhou que “a política orçamental deverá continuar a apoiar, tanto este ano como no próximo” a retoma da economia europeia”, mas avisou para os riscos que pode acarretar caso se mantenham por muito tempo.
Praticamente certa é a manutenção da suspensão da cláusula geral de escape que dá folga aos Estados-membros para não terem de cumprir as metas do défice e da dívida inscritas no Pacto de Estabilidade e Crescimento. A proposta que está em cima da mesa é para que esta clausula se mantenha ativada até ao final de 2022.
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A decisão oficial será conhecida no início junho, depois de as previsões macroeconómicas da primavera, divulgadas em meados de maio, terem revelado uma revisão em alta do ritmo da recuperação da economia europeia, estimando Bruxelas para este ano um crescimento de 4,3% na zona euro e de 4,2% na União, e de 4,4% em ambas em 2022.
O executivo comunitário tem vindo a defender que o nível de atividade económica na UE e na zona euro, em comparação com o pré-crise (de finais de 2019), deve ser o critério quantitativo fundamental para a avaliação global da desativação ou aplicação contínua da cláusula de derrogação.
A eventual prorrogação desta medida tem estado a ser discutida ao nível comunitário, até porque a recuperação económica não deverá completar-se antes 2022.
Na conferência de imprensa, Valdis Dombrovskis disse ainda que, na reunião de hoje do Ecofin, os ministros discutiram “os riscos e desafios que se avizinham no contexto da recuperação económica”.
“Tal como noutras crises anteriores, esta deixou legados indesejáveis, como uma elevada dívida pública e privada e um impacto negativo nos mercados sociais e de trabalho”, elencou o responsável.
Por essa razão, “os bancos europeus […] desempenharão um papel importante na garantia de uma recuperação económica bem-sucedida e uniforme”, concluiu Valdis Dombrovskis.
Com Lusa
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