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Três meses depois das previsões de outono, o executivo comunitário publica hoje as previsões de inverno, que, por serem intercalares, abrangem apenas o Produto Interno Bruto (PIB) e inflação anuais e trimestrais para o ano em curso e para o ano subsequente em todos os Estados-Membros e na zona euro, bem como os dados agregados da UE.
Estas previsões surgem numa altura em que a elevada inflação — a taxa homóloga atingiu em janeiro um novo máximo de 5,1% na área do euro — está, de resto, a prevenir um crescimento ainda maior, como admitiu na semana passada o presidente do Eurogrupo.
Ainda assim, as projeções de novembro de Bruxelas apontavam para um crescimento de 4,3% em 2022 tanto na zona euro como no conjunto da União, e de 2,4% e 2,5%, respetivamente, em 2023, alertando a Comissão na altura que estas previsões estavam rodeadas de “riscos muito elevados”.
Para Portugal, Bruxelas antecipava no outono uma subida do PIB de 5,3% em 2022 (e de 2,4% em 2023), uma revisão em alta comparativamente às projeções do verão, mas ainda assim abaixo das do Governo, que já este mês reiterou a sua confiança de que a economia portuguesa cresça este ano 5,5% ou mesmo mais.
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No outono, Bruxelas previa que Portugal ‘fechasse’ 2021 com um crescimento do PIB de 4,5%, tendo o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgado em 31 de janeiro que a economia portuguesa cresceu 4,9%.
A nível da subida da taxa de inflação — que não se tem feito sentir tanto em Portugal como na maioria dos Estados-membros -, Bruxelas estimava no outono que a mesma atingisse um pico de 2,4% na zona euro em 2021, recuando para 2,2% em 2022 e 1,4% em 2023, mas será provavelmente forçada a rever em alta estas projeções, face à evolução da subida dos preços.
Os mais recentes dados do Eurostat mostram que a tendência de subida de preços mantém-se desde o segundo semestre de 2021, impulsionados pelo setor da energia, tendo a inflação homóloga da zona euro atingido em janeiro um novo recorde desde o início da série, em 1997, com os 5,1% de taxa de inflação homóloga a compararem com os 0,9% de janeiro de 2021 e os 5% registados em dezembro.
Para Portugal, a Comissão antecipava no outono de 2021 uma taxa de inflação de 0,8% no final do ano (ligeiramente abaixo da previsão do Governo de 0,9%), subindo para 1,7% em 2022, mas voltando a descer, para 1,2%, em 2023.
As previsões de outono da Comissão vão ser apresentadas hoje na sede do executivo comunitário, em Bruxelas, pelo comissário da Economia, Paolo Gentiloni, às 11:00 locais, 10:00 de Lisboa.
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