//Bruxelas avisa países da UE para acautelarem regresso das regras do défice nos orçamentos

Bruxelas avisa países da UE para acautelarem regresso das regras do défice nos orçamentos

O vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis avisou que os países da UE devem acautelar, nos orçamentos nacionais para 2022, o regresso das regras para défice e dívida no ano seguinte, após a suspensão devido à crise.

“No que diz respeito aos desafios mais imediatos, agora é uma questão de como passamos do estímulo orçamental em grande escala, que foi fornecido durante a crise […], para como é que esse estímulo orçamental começa a ser gradualmente eliminado, ainda que os Estados-membros disponham de uma janela de tempo adicional com a cláusula geral de salvaguarda ainda ao longo de 2022”, disse o responsável pela pasta de “Uma economia ao serviço das pessoas” no executivo comunitário.

Falando no final de uma reunião dos ministros da Economia e das Finanças da União Europeia (Ecofin) na Eslovénia, dominada pela apresentação de “linhas vermelhas” por parte de oito países “frugais” para as regras orçamentais, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia avisou que, “ao preparar os seus orçamentos para 2022, os Estados-membros deverão ter em conta a desativação da cláusula geral de salvaguarda a partir de 2023”.

“Salientamos mais uma vez esta mensagem de que o apoio orçamental deve ser direcionado e temporário, não produzindo encargos adicionais permanentes para as finanças públicas”, vincou Valdis Dombrovskis.

“Embora a resposta da Europa à crise tenha sido bem-sucedida, sabemos que o nível de apoio orçamental aplicado durante a crise não pode durar para sempre e, quando chegar a altura certa, devemos começar a reduzir gradualmente os défices orçamentais e a dívida”, reforçou o responsável.

A cláusula de salvaguarda do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) – que suspende temporariamente as regras de disciplina em matérias como o défice e a dívida pública – foi ativada em março de 2020, para permitir aos Estados-membros reagirem rapidamente e adotarem medidas de urgência para mitigar o impacto económico e social sem precedentes da crise da covid-19.