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Todos
os grupos acusados de concertação de preços pela Autoridade da Concorrência
(AdC) negam qualquer ilicitude.
A
Sonae MC garante que vai analisar “com total rigor e firmeza” a
acusação feita pela Autoridade da Concorrência ao Modelo Continente
Hipermercados de concertar preços de venda ao público, prejudicando o
consumidor.
“Lamentamos
a forma como a Autoridade da Concorrência coloca de novo em causa o bom nome e
a reputação da Sonae MC e da sociedade por si participada sem garantir
previamente o direito de defesa, uma vez que a acusação representa apenas uma
fase provisória, ainda sujeita ao exercício do direito de defesa das partes
envolvidas”, refere em comunicado a Sonae MC.
Segundo
a nota da Sonae, “os termos das acusações serão analisados com total rigor
e firmeza no sentido de, em momento e lugar próprio, serem utilizados todos os
meios ao alcance, com vista à salvaguarda dos direitos, reputação, valores e
integridade da Sonae MC e da sua participada”.
“A
Sonae MC está ciente das suas obrigações legais e reitera o seu compromisso de
conduzir a sua atividade no estrito cumprimento da lei, concretamente no que
concerne a regras em matéria de concorrência”, refere ainda o grupo
retalhista.
O
Pingo Doce repudia a acusação da Autoridade da Concorrência (AdC) de concertar
preços de venda ao público, prejudicando o consumidor, e disse que vai
contestá-la.
“Perante
a nota de ilicitude que nos chegou da AdC, o Pingo Doce repudia a acusação
feita e vai contestá-la, não deixando de apresentar os seus argumentos num
processo em que estamos seguros da nossa conduta e do nosso trabalho diário
para levar até aos consumidores portugueses as melhores oportunidades de preço
e promoções, e os maiores descontos”, referiu a cadeia retalhista num
comunicado enviado à Lusa.
“O
Pingo Doce assume o compromisso público de oferecer a melhor qualidade aos
melhores preços, com grande resiliência, mesmo nos momentos de crise, como o
que vivemos atualmente. Os próprios clientes do Pingo Doce reconhecem este
esforço consistente e a prova disso é que cerca de metade das nossas vendas
totais é feita com produtos em promoção”, referiu o grupo na sua resposta
à acusação da AdC.
A
Sogrape distribuição também nega a acusação da Autoridade da Concorrência e diz
que “a nota de ilicitude” da AdC corresponde apenas a uma
possibilidade de vir a ser condenada.
“A
Sogrape Distribuição esclarece que a nota de ilicitude corresponde, nos termos
da Lei, apenas a uma possibilidade razoável de vir a ser proferida uma decisão
condenatória pela AdC, e salienta que apenas terá agora a primeira oportunidade
de responder às alegações”, refere a empresa do Grupo em comunicado.
A
Sogrape Distribuição, acrescenta a nota, “rejeita ter participado na
contraordenação que a AdC lhe imputa, e confia que terá agora a oportunidade de
clarificar a correta análise e interpretação dos factos”.
Igualmente,
o grupo retalhista Auchan nega a acusação.
“Confirmamos
que fomos notificados sobre o processo em questão, que está a ser analisado,
sendo que iremos naturalmente apresentar a nossa contestação, pois as nossas
práticas não configuram os atos imputados”, afirma o grupo retalhista numa
nota à Lusa.
O
grupo acrescenta que, na Auchan “são assegurados internamente todos os
processos de controlo” a fim de evitar qualquer tipo de prática semelhante
à da concertação de preços.
O
grupo retalhista Lidl rejeita a acusação da Autoridade da Concorrência (AdC) de
concertar preços de venda ao público de bebidas e afirmou que vai analisar “com rigor” a notificação para se defender.
“O
Lidl Portugal rejeita a acusação que lhe é feita, pois está ciente das suas
obrigações legais e sempre pautou a sua atuação por um escrupuloso cumprimento
das melhores práticas de concorrência, trabalhando com total transparência para
oferecer a máxima qualidade ao melhor preço aos consumidores”, refere o
Lidl numa reação enviada à Lusa.
“O
Lidl Portugal irá analisar com rigor os termos na notificação da Autoridade da
Concorrência, exercendo o seu direito de defesa em local próprio, convicto que
lhe será reconhecida a conformidade da sua conduta de acordo com as regras do
mercado”, acrescenta o texto.
Seis
grupos de distribuição alimentar, incluindo o Modelo Continente, e dois
fornecedores de sumos, vinhos e outras bebidas, foram acusados pela AdC de
concertarem preços durante vários anos em prejuízo do consumidor.
A
AdC anunciou este sábado em comunicado que, após investigação, “concluiu
que existem indícios de que Modelo Continente, Pingo Doce e Auchan utilizaram o
relacionamento comercial com os fornecedores Sumol+Compal e Sogrape para
alinharem os preços de venda ao público (PVP) dos principais produtos daqueles,
em prejuízo dos consumidores”.
Nas
bebidas não alcoólicas e sumos, a acusação da AdC visa também a cadeia de
distribuição Lidl e, nas bebidas alcoólicas, abrange as cadeias Intermarché e
E-Leclerc, referindo a autoridade que estes distribuidores representam “uma vasta” percentagem do mercado da distribuição em Portugal.
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