
O banco público ficou quatro milhões acima do resultado registado em igual período do ano passado. No entanto, no primeiro semestre deste ano a Caixa Geral de Depósitos (CGD) entregou ao Estado 850 milhões de euros, nunca tinha entregado tanto em dividendos.
Apesar da descida da taxa de juro, que levou 10% da margem financeira, face ao ano anterior, aumentou o financiamento a particulares, a clientes institucionais e o crédito à habitação.
A procura de empréstimos para compra de casa destacou-se, “nos meses de maio e junho a Caixa fez 1.009 milhões de euros, representa um crescimento da produção de 60%”, sublinha Paulo Macedo.
Na apresentação dos resultados do primeiro semestre, Paulo Macedo não fechou a porta a novas aquisições, para crescer no crédito a empresas, depois de ter falhado a compra de carteiras do Novo banco.
“Estamos apostados em crescer organicamente nas empresas e em geral. Outras oportunidades, logo veremos”, afirma.
No plano económico, antecipa um impacto negativo na sequência da guerra comercial iniciada pelo presidente norte americano, Donald Trump.
“As tarifas reduzem o PIB mundial, só por si são um obstáculo a um maior crescimento mundial. Teremos um impacto que será negativo para alguns setores e algumas empresas”, conclui.
“O governador é que me avalia a mim, não o contrário”
Nas primeiras declarações públicas depois de conhecido o nome indicado pelo governo para suceder a Mário Centeno, na liderança do Banco de Portugal, o presidente da Caixa Geral de Depósitos rejeita fazer avaliações sobre o novo governador. Até porque, ironiza, “o Governador é que me avalia a mim, não é ao contrário”.
Paulo Macedo mostra ainda que não tem dúvidas sobre o perfil e a capacidade de Álvaro Santos Pereira para o cargo de Governador do Banco de Portugal. “Estamos a falar do economista chefe da OCDE, com uma carreira académica sólida”, afirma.
Sublinha ainda que é sempre de saudar que alguém que está em Paris, na OCDE, se disponha a vir para Portugal e “recebe as manchetes que recebeu”.
Macedo recusa ainda qualquer problema de independência, pelo facto de ter sido colega de governo de Álvaro Santos Pereira, quando este tinha a Pasta da Economia e o presidente da CGD a pasta da Saúde, no executivo de Passos Coelho.
A marcar o final de mandato de Mário Centeno, o presidente do banco estatal deixou ainda uma nota de apreço pelo trabalho feito.
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