//Carlos Costa: “Não participei nos 25 grandes créditos que geraram perdas” à CGD

Carlos Costa: “Não participei nos 25 grandes créditos que geraram perdas” à CGD

Carlos Costa, em entrevista com José Gomes Ferreira, começou por negar a sua participação na aprovação dos créditos concedidos pela Caixa Geral de Depósitos e que se revelaram ruinosos para o banco público.

O governador diz mesmo que nunca esteve em reuniões em que fossem tomadas decisões que fossem lesivas para a Caixa e que não esteve presente em “qualquer movimento que lesasse os interesses da CGD do ponto de vista da concessão de crédito. Não participei na decisão dos 25 grandes créditos que geraram perdas à CGD”.

Carlos Costa explicou que “só ocasionalmente” estava presente no Conselho Alargado de Crédito e que a sua presença nas reuniões era apenas para “assegurar que havia o número de administradores necessários” para as reuniões.

O atual governador do Banco de Portugal foi administrador não executivo da CGD entre abril de 2004 e setembro de 2006 e tem estado no centro da polémica que surgiu com a auditoria da EY e que concluiu que, entre 2000 e 2010 foram aprovados créditos ruinosos para o banco público, como foi o caso do do empreendimento de Vale do Lobo. Questionado sobre a sua participação na aprovação a estes créditos afirmou então: “não participei na decisão dos 25 grandes créditos que geraram perdas à CGD”.

Quanto ao caso de Vale do Lobo, refere ter participado numa reunião anterior, mas onde apenas se definiram as condições de participação da Caixa. “Nessa reunião estava lá, decidiu-se que a CGD só participaria se houvesse dois bancos no consórcio. Era uma decisão de princípio. O que estava em causa era que, se essa operação se realizasse, o que é que a CGD faria”, explicou sublinhando ainda que a operação que foi “aprovada não tem nada a ver com os princípios estabelecidos” antes.

Este mês, Carlos Costa revelou que já tinha pedido escusa nas decisões do regulador sobre a Caixa em novembro. Explicou esta terça-feira que o fez “em função da perceção exterior e não de qualquer convicção pessoal” e que o fez assim que “uma decisão relacionada com a auditoria chegou ao conselho de administração” do BdP.

Confrontado com a questão da idoneidade, e por que razão não pedia uma avaliação afirmou diretamente: “não tenho de me considerar fragilizado por coisas que não cometi, são falsidades que me atribuem. Se alguém tem provas que me ponha em causa, tem toda a possibilidade de percorrer o que está previsto no tratado e exonerar-me”.

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