//Carlos Tavares fica mais tempo com duplo poder no Montepio

Carlos Tavares fica mais tempo com duplo poder no Montepio

Ainda não será no dia 21 de janeiro que a Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) vai passar a ter um novo chairman. Carlos Tavares, presidente executivo do banco, vai continuar a acumular as duas funções. O nome de João Ermida proposto para chairman ainda não teve o ok do supervisor e o Banco de Portugal pediu recentemente mais informações sobre o currículo do gestor, que foi no passado responsável pela tesouraria global do Santander e diretor da sala de mercados do BPI em 2004.

O Banco de Portugal tinha dado até 21 de janeiro para ser encontrada uma solução para que Carlos Tavares não acumulasse os dois cargos de liderança no Montepio. Mas a contagem do prazo congelou assim que o banco enviou ao supervisor uma resposta com o nome de Ermida.

A Associação Mutualista Montepio Geral, dona do banco, está preparada e já tem um plano B para o caso de Ermida não passar no teste de fit & proper do Banco de Portugal, que avalia a idoneidade e adequação ao cargo por parte do gestor.

A própria Associação tem dúvidas acerca da adequação de João Ermida para o cargo. O gestor foi sugerido por Carlos Tavares e aprovado pela Associação. Mas não caiu bem na Mutualista saber que Ermida foi sócio de António Godinho numa empresa, a Sartorial, que acabou por perder a licença junto do Banco de Portugal. Godinho foi candidato nas duas últimas eleições para a liderança da Associação Mutualista e ficou em segundo lugar. António Tomás Correia acabou por ser eleito para um quarto mandato, em dezembro último. Godinho tem sido um crítico feroz da gestão de Tomás Correia.

A Associação foi pressionada recentemente a confirmar o seu apoio ao nome de Ermida para chairman do banco mas, internamente, a expectativa é de que o gestor não passe na avaliação do Banco de Portugal, o que abriria espaço para a escolha de um presidente mais próximo da Mutualista.

O facto de Carlos Tavares estar a colocar nomes por si escolhidos em lugares de relevo de direção na CEMG também não escapa aos olhares da Mutualista. É o caso de Dulce Mota, até há pouco presidente executiva do Activobank, que Tavares contratou para administradora com o pelouro da rede de retalho. Recentemente, Dulce Mota terá sido nomeada vice-presidente executiva da CEMG.

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