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Um dia depois ter sido empossada, Carla Alves demite-se do cargo de secretária de Estado da Agricultura, na sequência do caso das contas conjuntas com o marido que foram arrestadas.
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“A secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, apresentou esta tarde a sua demissão por entender não dispor de condições políticas e pessoais para iniciar funções no cargo. A demissão foi prontamente aceite”, segundo um comunicado do Ministério da Agricultura enviado esta quinta-feira às redações.
O Ministério da Agricultura e o marido e ex-presidente da Câmara de Vinhais, Américo Pereira, ainda tentaram segurar a governante no cargo. O primeiro-ministro, António Costa, também defendeu a secretária de Estado durante o debate parlamentar desta quinta-feira sobre a moção de censura ao governo, apresentada pelo Iniciativa Liberal, mas as palavras duras do Presidente da República terão sido determinantes para fazer cair Carla Alves.
Marcelo Rebelo de Sousa disse esta quinta-feira à noite que Carla Alves, “do ponto de vista do direito, não é arguida, acusada”. Mas”é evidente que é um peso político negativo”, atirou.
Questionado sobre se a governante deveria ser demitida, Marcelo afirmou: “As pessoas devem, quando avançam para determinados lugares, fazer um autoescrutínio. Dizer: eu não tenho nada que legalmente seja contra mim, agora, isto diminui a força política ou não diminui. Pode acontecer que a pessoa diga: não diminui. É um juízo. Se entende assim, avança. E depois o futuro dirá se diminuía ou não diminuía”.
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Carla Alves é mais uma peça do governo a rolar. O primeiro-ministro, António Costa, passou com facilidade pela moção de censura, apresentada pelo Iniciativa Liberal, que acabou chumbada, mas terá de enfrentar mais um caso, depois da polémica indemnização de meio milhão de euros que a TAP pagou a Alexandra Reis para sair da companhia aérea, e que fez cair não só a secretária de Estado do Tesouro como também o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes.
A compensação milionária atribuída à ex-secretária de Estado do Tesouro está agora a ser investigada pela Inspeção-geral das Finanças, a pedido do governo, e pelo Ministério Público.
(Notícia atualizada às 20h32)
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