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A Católica cortou as perspetivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano em 0,3 pontos percentuais, para 4%, com um intervalo entre 3% e 5%, foi hoje anunciado.
“O ponto central da previsão para o crescimento em 2022 é agora revisto em baixa em 0,3 pontos percentuais para 4%, com um intervalo amplo entre 3% e 5%”, refere a folha trimestral de conjuntura do Necep Católica-Lisbon Forecasting Lab, divulgada hoje.
De acordo com os economistas da Católica, no primeiro trimestre do ano, a economia portuguesa poderá ter crescido 0,2% em cadeia, alcançando um nível equivalente a 98,8% do quarto trimestre de 2019, o último período sem o impacto da pandemia.
“Esta estimativa está envolta em enorme incerteza devido ao comportamento errático em janeiro, fevereiro e março dos indicadores de alta frequência disponíveis”, refere a análise da Católica.
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Os economistas destacam que uma “certa fragilidade no final do mês de março sugere que, o segundo trimestre, pode ser inferior ao quarto trimestre do ano passado”.
Contudo, “o choque parece ser bem menor face ao observado nos vários trimestres de confinamento devido à pandemia”.
“A dimensão do choque económico pode ter um custo anualizado entre 0,5 e dois pontos percentuais, tendo em conta os efeitos nos preços da energia e na balança externa.
No entanto, assinalam que as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) poderão “amortecer” a revisão em baixa, limitando o impacto do potencial choque no crescimento.
Os economistas da Católica apontam ainda que, apesar de ainda se aguardar a entrega do Orçamento do Estado para 2022, acreditam que as metas do défice se manterão.
Ainda assim, destacam que o cenário macroeconómico associado ao Programa de Estabilidade 2022-2026 “é agora significativamente diferente face a outubro último, o que obrigará a tomar decisões difíceis, sendo de esperar alguma conflitualidade socio-sindical na sequência da inflação instalada”.
Alertam ainda para que os custos com o serviço da dívida deverão subir significativamente e as balanças externas poderão ser sujeitas “a grande pressão”, ainda que beneficiem das transferências de capital oriundas da União Europeia.
A Católica prevê ainda que a taxa de desemprego em 2022 caia para 5%, num intervalo 3% e 7%.
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