O investimento ganhou fôlego no início deste ano e assim deverá manter-se nos próximos meses. É essa a expectativa do Núcleo de Estudos da Universidade Católica (NECEP) que aponta para um crescimento de, pelo menos, 10% em 2019.
“A principal novidade é o crescimento intenso do investimento que, no 1º trimestre, recuperou 8.2% em cadeia e 11.6% face ao período homólogo”, refere o NECEP, adiantando que “fruto deste arranque de ano fulgurante, dificilmente o investimento crescerá menos de 10% em 2019, mesmo num cenário de crescimento moderado nos trimestres subsequentes do ano”, lê-se na folha trimestral de conjuntura divulgada esta quarta-feira, dia 10 de julho.
O Núcleo de Estudos da Católica refere que à boleia do investimento, a previsão do crescimento para a economia se mantém nos anteriores 2,1%, igual valor para 2020 e 2021.
Para o segundo trimestre deste ano, o NECEP estima que o produto interno bruto (PIB) tenha crescido 0,6% em cadeia, “com a variação homóloga a manter-se nos 1.8%.” E para o resto do ano deverá continuar a “melhoria registada no início do ano”, sendo de esperar “uma nova descida da taxa de desemprego, dos anteriores 6.8% para 6.2%, em parte motivada por fatores sazonais”, refere a publicação.
Os riscos da zona euro e do petróleo
Para o Núcleo de Estudos da Católica, “continuam a subsistir diversos riscos sobre a economia portuguesa, predominantemente de sentido descendente e latentes sobretudo a curto prazo.”
O principal chega da zona euro com crescimento económico pouco robusto. “A perspetiva de crescimento fraco da zona euro este ano, apenas 1.2% com 1.4% nos próximos dois anos, motivada pela evolução desfavorável da indústria a nível europeu, também visível em Portugal, num contexto de riscos acrescidos sobre o comércio internacional e de crescente volatilidade, nomeadamente, ao nível do preço do petróleo com o agudizar das tensões geopolíticas na zona do Golfo Pérsico.”
O crescimento menos intenso da economia mundial também pode afetar o desempenho português penalizando as exportações. “Desta forma”, conclui o NECEP, “os riscos geopolíticos, comerciais e monetários mantêm-se num nível invulgarmente elevado.”
Mas também há boas notícias, sendo de “assinalar a menor pressão para a subida dos juros, não apenas por via do abrandamento do crescimento na zona euro, mas também da possibilidade de descida da taxa diretora da Reserva Federal Norte-americana (FED) ainda este ano”, refere a Católica.
E ainda os mínimos das “taxas implícitas nas obrigações do tesouro nas últimas semanas são uma boa notícia para uma economia bastante endividada como a portuguesa, se bem que a evolução recente das balanças externas com o retorno a saldos negativos, embora ainda relativamente despicientes, aconselhe redobrada prudência”, remata a folha trimestral.
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