A economia portuguesa poderá ter sofrido uma contração de 1,8% no primeiro trimestre do ano face ao final de 2020.
Este é o pior cenário traçado pela Universidade Católica para a evolução do produto nos primeiros três meses do ano. Na folha trimestral, Núcleo de Estudos (NECEP) traça dois cenários: o base e o alternativo. O primeiro “usa os indicadores ao longo do trimestre ao passo que o cenário alternativo dá mais peso aos indicadores já disponíveis até março”, indica o estudo.
No cenário base, “a economia portuguesa terá contraído 0,3% em cadeia no 1º trimestre de 2020 após um crescimento de 0,7% no 4º trimestre 2019, com a variação homóloga a manter-se em terreno positivo (1,3% após 2,2%)”, aponta a Católica.
Este cenário é considerado “relativamente benigno face à gravidade da situação atual, é justificado pelo arranque de ano favorável em termos de consumo, investimento e exportações que foi, entretanto, abruptamente interrompido em março, como sugerem os indicadores já disponíveis”, sublinha o NECEP que atualizou a informação divulgada no final de março.
O estudo aponta, ainda, para uma taxa de desemprego de 6,8% no 1º trimestre após 6,7% no quarto trimestre de 2019.
PIB cai entre 4% e 20%
Nesta atualização dos dados, a Católica mantém a previsão para a atividade económica face aos dados divulgados no final de março.
Assim, no cenário mais otimista, o PIB poderá sofrer uma contração de 4%, no pior dos cenários poderá afundar 20%. O central é de uma quebra de 10%.
“O NECEP simulou várias trajetórias possíveis até 2022 incorporando informação atualizada. Assim, o cenário central é de contração de 10% do PIB em 2020, com uma taxa de desemprego de 10,4%. O cenário pessimista, associado a uma situação de crise sanitária prolongada, aponta para uma contração do produto em torno dos 20%, com o desemprego a fixar-se nos 13,5% em 2020”, indica a nota.
Já o cenário otimista, de crise sanitária curta e recuperação rápida, poderia implicar uma queda do PIB de 4% em 2020, com a taxa de desemprego a manter-se na casa de um dígito (8,5%).
A Universidade Católica apresenta ainda projeções para 2021 e 2022.
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