O CDS volta atrás no seu voto na especialidade. O partido de Assunção Cristas quer que o pagamento do tempo integral de serviço aos professores esteja dependente do crescimento económico, da sustentabilidade financeira e da negociação do estatuto da carreira dos docentes – incluindo a avaliação dos professores – e do regime de aposentação. A condição foi posta de parte na votação pelos partidos do diploma, na especialidade.
Num comunicado enviado às redações, o CDS assume que, caso a sua proposta não for aceite, o partido chumbará o diploma na votação final, marcada para 15 de maio. “Ou o Parlamento aceita as nossas condições, ou não aprovaremos qualquer pagamento. Essa é a posição de princípio do CDS desde sempre. Ou o Parlamento aceita os requisitos da nossa proposta, e eles se tornam lei, ou o CDS não dará o seu voto a qualquer compromisso. Um Governo do CDS nunca faria negociações incondicionais. Para nós a primazia do interesse geral é uma condição essencial”, indica a declaração enviada por Cristas.
Com esta posição, o CDS abre a porta ao fim da crise política, ao admitir que poderá inviabilizar o diploma aprovado na especialidade. A concretizar-se, o primeiro-ministro manter-se-á em funções, uma vez que António Costa admitiu que se demitira caso a lei avançasse na votação final. Ainda assim, Assunção Cristas sublinha que esta sempre foi a posição do CDS e que só não está patente no diploma aprovado na especialidade, porque foi chumbada pelos partidos de esquerda.
“A surpresa de ninguém se referir a estas exigências do CDS certamente tem a ver com o facto de terem sido chumbadas por todos os partidos da esquerda, inclusivamente pelo PS. Sim, eles constavam da nossa proposta, e sim, eles foram chumbados pelo PS. Se o PS os tivesse votado, se os tivesse viabilizado, não haveria crise política”. O partido indica ainda que “os artigos são votados um a um, alínea a alínea, por isso estas exigências não constam da versão final saída da votação na especialidade. A proposta final ainda não está votada. Cabe agora aos partidos ver se estão satisfeitos com a versão final da proposta e, em plenário, votar”.
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