O CDS também vai abster-se na votação da proposta do PSD para cortar IVA da eletricidade de 23% para 6%, apurou a Renascença.
Os deputados centristas vão abster-se tanto no diploma do PSD para descer o IVA como nos artigos com as contrapartidas.
O sentido de voto do CDS é conhecido depois de o PCP anunciar que vai abster-se na proposta do PSD para baixar o IVA na luz. A medida faz parte das propostas de alteração ao Orçamento do Estado de 2020 (OE 2020).
Os comunistas, explicou João Oliveira numa conferência de imprensa, no Parlamento, vão votar a favor do princípio da baixa do IVA, mas abster-se na parte do artigo que prevê as contrapartidas e que “condicionam a aplicação” da medida.
João Oliveira apela a que os restantes partidos votem favoravelmente a proposta dos comunistas, a única que garante a descida do IVA da eletricidade sem condicionamentos.
“Se o IVA não descer para 6% a responsabilidade é dos partidos que recusarem a única proposta que não suscita problemas quando à sua possibilidade de concretização”, defende o líder parlamentar do PCP.
João Oliveira receia que as “hesitações e contradições em que o PSD se tem enredado” levam o PCP a “recear que esteja apenas a ensaiar manobras de distração como que fez na contagem do tempo de serviço dos professores”.
PSD altera proposta e contrapartidas
O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou esta terça-feira que o partido substituirá as contrapartidas que propunha para descer o IVA da luz por um corte menor nos gabinetes ministeriais e um ajustamento no excedente orçamental de 0,25% para 0,20%.
Por outro lado, os sociais-democratas alteram a entrada em vigor da medida para 1 de outubro, e não em 1 de julho, como previa a proposta inicial.
Segundo as contas de Rui Rio, a descida do IVA da luz para consumo doméstico custará 31 milhões de euros por mês, perto de 94 milhões para o trimestre.
Tal seria compensado por um corte de 8,5 milhões de euros nos gabinetes ministeriais, repondo a despesa aos níveis de 2019, e por um ajustamento do excedente orçamental, que o líder do PSD diz estar nos 0,25%.
O primeiro-ministro, António Costa, afastou, esta quarta-feira, e, Bruxelas, um cenário de crise politica por causa descida do IVA da electricidade, declarando, questionado sobre uma eventual ameaça de demissão como sucedeu no caso dos professores, que não colocou a “questão nesses termos”.
António Costa falou depois de o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, ter avisado o PSD que terá de assumir “por inteiro” a responsabilidade pelas propostas que apresenta de alteração ao Orçamento de Estado, inclusivamente se proporcionam condições de governabilidade.
Deixe um comentário