//Centeno defende que apoios à economia devem manter-se o tempo que for necessário

Centeno defende que apoios à economia devem manter-se o tempo que for necessário

Mário Centeno defende que as medidas de apoio à economia para fazer face à crise pandémica devem manter-se o tempo que for necessário, correndo-se o risco de hipotecar a recuperação com uma retirada prematura.

“Permitam-me que saliente a natureza temporária das medidas monetárias e orçamentais em resposta às crises temporárias. No entanto, a sua retirada prematura pode ser prejudicial para a recuperação das nossas economias”, salientou o governador do Banco de Portugal na intervenção no Eurofi Financial Forum 202, em Berlim.

“Precisamos de mantê-las o tempo que for necessário”, concluiu Centeno naquela que foi a primeira intrevenção pública depois da tomada de posse como governador do banco central nacional, no dia 20 de julho, substituindo Carlos Costa.

Utilizar fundos de forma adequada
O ex-ministro das Finanças destacou a resposta europeia à crise, salientando que “desta vez foi diferente”. “No total, foi aprovado um pacote de medidas no valor de quase seis biliões de euros em toda a Europa”, frisou o governador, lembrando que o Eurogrupo – que liderava na altira – aprovou medidas de proteção dos “trabalhadores, empresas e países em menos de dez dias.”

“A rapidez e a escala da resposta explicam o sucesso, até agora, na contenção da forte contração, mas também contribuíram para a retoma económica e para a recuperação nos próximos anos”, salientou o líder do Banco de Portugal.

À fase do ‘tudo o que for preciso’, numa referência a Mario Draghi, Centeno defende a fase do ‘tudo o que for necessário’. E para cada Estado-membro, o governador tem um conselho: “assegurar que os fundos [europeus] serão usados para financiar investimentos e reformas adequados”, garantindo, ao nível europeu, “a igualdade de condições entre os setores e entre os Estados-membros.”

“É crucial que o processo de convergência não seja interrompido, mas sim promovido”, frisou Centeno, alertando para que a “ausência de uma convergência sólida dos Estados área do euro, põe em causa um crescimento sólido e robusto do grupo da moeda única. É por isso que precisamos de políticas monetárias e orçamentais em simultâneo”, avisou.

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