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O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, disse, no parlamento, que deve ser o mercado a identificar as possibilidades de consolidação bancária, não se comprometendo com o nome de instituições.
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“São sinergias que, se existirem, devem ser identificadas pelo mercado”, disse hoje durante uma audição na Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República, quando questionado pelo deputado do Chega Rui Afonso, sobre a consolidação bancária em Portugal.
Mário Centeno sublinhou, contudo, que “ao contrário do que aconteceu no passado, o interesse pelos bancos em Portugal e do mercado pelos bancos em Portugal acontecerá desta vez não porque estão descapitalizados, não porque estão com elevadas imparidades e estão baratos, mas porque existe um interesse natural, se o mercado assim o desenvolver, pelas instituições bancárias”.
No decorrer da audição, o governador do BdP já tinha sido questionado sobre uma entrevista ao Jornal de Negócios, divulgada em 22 de dezembro, na qual quando questionado sobre se uma fusão entre o Novo Banco e o BCP traria estabilidade ao setor, disse acreditar que “as sinergias [que] possam surgir desse emparelhamento ou de qualquer outro que seja sustentável no mercado português, seriam benéficas para o sistema bancário”.
“Nunca iria referir nomes de instituições bancárias e não o fiz”, disse Mário Centeno, no parlamento.
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Quando questionado sobre a Caixa Geral de Depósitos, cuja administração foi ouvido no parlamento esta manhã, considerou ser “uma instituição capitalizada, capaz de atuar no mercado, sem as amarras de um processo que foi público, que teve no passado”.
“Isso faz com que a Caixa seja obviamente um agente importante no mercado”, sublinhou.
Quando questionado pelo deputado do PSD Duarte Pachecho sobre o livro “O Governador”, que resulta de um conjunto de entrevistas do jornalista do Observador Luís Rosa ao antigo governador Carlos Costa, que liderou o Banco de Portugal entre 2010 e 2020, e tem provocado polémica, garantiu: “Nas páginas e parágrafos onde o meu nome está associado, nalgumas inclusive em conjugação com o BE, o livro passa ao lado da verdade, infelizmente”.
Mário Centeno afirmou ainda, sobre se manteria o silêncio no caso de eventuais pressões sobre o BdP: “Se eu tiver alguma coisa para dizer que impacte na condução das minhas funções, em qualquer situação, direi nos termos que têm de ser ditos, sem revelar segredos que não podem ser revelados”.
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