Ramiro Sequeira, com a passagem a CEO interino da TAP, passou a auferir 35 mil euros brutos por mês. Um valor que é quase o dobro do que o gestor ganhava no cargo anterior de Chief Operating Officer (COO). A notícia foi avançada pelo jornal económico ECO.
Ainda assim, e mesmo com este aumento, Sequeira fica abaixo da remuneração do antecessor Antonoaldo Neves.
O mesmo jornal avança que o aumento foi decidido em outubro pela Comissão de Vencimentos da TAP, onde o Estado não está representado, e começa a ser pago agora. No entanto, o ECO noticia que o Governo teve conhecimento do aval às alterações.
Mas o CEO interino não foi o único a receber um aumento. Também Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração da TAP SA e da TAP SGPS, passou a ganhar 13,5 mil euros brutos por mês (14 vezes ao ano) face aos anteriores 12 mil euros.
Neste caso, a revisão estará relacionada com novas funções assumidas na Portugália e na TAP SGPS, devido à saída de Humberto Pedrosa.
Há ainda Alexandra Vieira Reis, que já era diretora da TAP e auferia14 mil euros mensais (12 mil euros fixos a que acresce um complemento salarial de dois mil euros). A entrada na comissão executiva valeu-lhe uma atualização salarial, com a sua quase duplicação, para os 25 mil euros por mês.
Esta revisão foi feita antes de o Governo enviar a Bruxelas a proposta de plano de reestruturação da TAP, que é condição para o apoio público à companhia aérea. Omesma prevê que os trabalhadores da TAP terão reduções salariais de 25%, no âmbito do plano de reestruturação, ficando isentas de corte as remunerações base até 900 euros.
Nas interpelação que coloca ao Governo, os bloquistas afirmam que “não é demais lembrar que o plano de reestruturação da empresa proposto pelo Governo é duríssimo no que toca ao número de despedimentos e prevê, também, uma redução salarial significativa, que na altura foi apresentada como sendo transversal a toda a companhia”. “No entanto, o aumento de salários desta monta no Conselho de Administração vem contrariar essa decisão”, acrescentam.
Segundo o BE, “não é compreensível ou aceitável” que se estejam a prever cerca de 2000 despedimentos e reduções salariais de 25% aos trabalhadores e, ao mesmo tempo, se decidam subidas salariais na administração.
“O plano que está a ser imposto aos trabalhadores terá consequências sociais altamente prejudiciais para milhares de trabalhadores e respetivas famílias, sem referir que a empresa corre o risco de ficar diminuída a tal ponto que possa vir a ter muita dificuldade no momento de retoma da sua atividade”, conclui o Bloco.
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