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A presidente executiva (CEO) do Bankinter, María Dolores Dancausa, considerou esta quinta-feira “enormemente positivos” e “magníficos” os resultados do banco até setembro em Portugal e afastou quaisquer receios face ao abrandamento económico do país.
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“Não estamos, de todo, preocupados. Creio que a economia portuguesa será afetada, tal como o resto dos países europeus, mas diria que até está melhor do que Espanha. Não temos nenhuma preocupação quanto a isso, pelo contrário”, afirmou María Dolores Dancausa durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados do terceiro trimestre do grupo bancário espanhol.
Relativamente aos resultados obtidos em Portugal até setembro — período em que o banco registou um resultado antes de impostos de 136 milhões de euros, um aumento homólogo de 154% – a CEO do Bankinter descreveu-os como “enormemente positivos” e “magníficos”, destacando a “impressionante” subida de 73% da margem bruta e de 140% dos resultados antes de provisões.
Novamente questionada sobre se o Bankinter continua sem ponderar uma eventual compra do Novo Banco, Dancausa reiterou que o grupo não tem “nenhum interesse” na operação e mantém o foco numa estratégia de crescimento orgânico, “seguindo o mesmo critério utilizado em Espanha”.
Já quanto às novas medidas tomadas pelo Governo português para mitigar os custos do crédito à habitação – nomeadamente a bonificação de parte dos juros e a fixação da prestação do crédito à habitação durante dois anos, por um valor inferior ao atual — a presidente do Bankinter considerou que “ainda é cedo para saber o impacto que vai ter na carteira de crédito hipotecário” do banco.
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“Ainda as estamos a analisar e não temos dados. Creio que no final do ano poderá ser feita uma análise mais detalhada do impacto destas medidas em Portugal”, disse.
Comentando os resultados globais do Bankinter, Maria Dolores Dancausa destacou que, “mais do que o valor excecional de 685 milhões de euros [de lucro] obtido no final de setembro, o importante é que todos os negócios, todos os países onde o banco está presente e toda a atividade com clientes continuou a crescer”.
“Em três trimestres alcançámos os níveis de todo o ano passado”, enfatizou, notando que “o crescimento da margem de lucro não se deve só ao aumento das taxas de juro, mas também ao aumento do investimento e dos recursos dos clientes”.
Relativamente à subida homóloga de 16% das provisões para morosidade de crédito e outras provisões legais, a CEO do Bankinter disse traduzir, sobretudo, a atualização dos modelos internos de risco de crédito e, também, um aumento da morosidade no negócio do crédito ao consumo.
Ainda assim, garantiu: “Até ao momento, continuamos sem nenhuma evidência de uma deterioração relevante nos indicadores de qualidade dos ativos em nenhum dos países onde operamos, nem no negócio de empresas, nem no negócio hipotecário. Aquilo a que assistimos é a um aumento no negócio do crédito ao consumo, que pode ser indicador de um aumento futuro da morosidade, mas também é um aumento pequeno e que temos controlado”.
O grupo bancário espanhol Bankinter teve lucros de 684,7 milhões de euros entre janeiro e setembro, mais 59,2% do que no mesmo período de 2022, anunciou hoje a entidade.
O banco atribui o resultado a uma “maior atividade comercial” e às taxas de juro mais elevadas, segundo um comunicado.
A margem de juros aumentou 53,8% nos primeiros nove meses do ano, para 1.639 milhões de euros, enquanto a margem bruta (que inclui todas as receitas) cresceu 32% e superou os 2.000 milhões de euros, incluindo 459 milhões em comissões líquidas.
O Bankinter superou nos primeiros nove meses do ano, pela primeira vez, os mil milhões de euros em resultados antes de pagar impostos (1003,6 milhões de euros, em concreto), revelou o banco no mesmo comunicado.
Quanto ao rácio de morosidade (atrasos ou não pagamento das prestações dos empréstimos) no grupo Bankinter situou-se em 2,2%, o que está nove pontos base acima do que acontecia há um ano, mas ainda abaixo da média de 3,5% no setor em Espanha em julho.
Em Portugal, a carteira de crédito ascendia a 8.700 milhões de euros no final de setembro, um aumento de 13% em relação a 2022, e o rácio de morosidade era de 1,3%.
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