//CEO do Barclays investigado devido a ligação com Jeffrey Epstein

CEO do Barclays investigado devido a ligação com Jeffrey Epstein

Os reguladores financeiros britânicos estão a investigar a ligação entre o presidente executivo do Barclays, Jes Staley, e o milionário norte-americano Jeffrey Epstein, que alegadamente se suicidou na cadeia, nos EUA, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual.

O Barclays comunicou hoje que o conselho de administração do banco vai propor a reeleição de Staley, apesar de o CEO estar a sob investigação pelas ligações com o agressor sexual norte-americano.

“O Sr. Staley mantém a total confiança do conselho e está ser unanimemente recomendado para reeleição na Assembleia Geral Anual”, refere o banco num comunicado divulgado hoje.

Staley afirmou hoje, citado pelos media, que “lamenta profundamente” as ligações com Jeffrey Epstein, cuja fortuna está envolta em mistério, havendo dúvidas sobre a sua origem.

Epstein já tinha sido condenado em 2007, nos EUA, como agressor sexual. O milionário fazia-se acompanhar de famosos e poderosos no seu avião privado conhecido como ‘Lolita Express’. Entre os destinos das viagens estava uma das suas ilhas privadas no mar das Caraíbas, conhecida como ‘Ilha das orgias’, que tinha um edifício semelhante a um templo e que está a ser investigada pelo FBI.

O que diz o Barclays

No comunicado, o Barclays explica que “como foi amplamente divulgado, no início de sua carreira, Staley desenvolveu um relacionamento profissional com Epstein”. “No verão de 2019, à luz do interesse renovado dos media no relacionamento, Staley ofereceu-se para esclarecer aos administradores e ao presidente (do banco) sobre o seu relacionamento com Epstein”, adianta.

Segundo o Barclays, Staley “também confirmou ao conselho que não tinha mantinha qualquer contato com Epstein desde que assumiu o cargo de CEO do Barclays Group, em dezembro de 2015”.

“O relacionamento entre o Sr. Staley e o Sr. Epstein foi objeto de uma investigação da Autoridade de Conduta Financeira [FCA], à qual o grupo respondeu. Posteriormente, a FCA e a Autoridade de Regulação Prudencial iniciaram uma investigação, que ainda prossegue, sobre a caracterização ao grupo, por parte de Staley, da sua relação com o Sr. Epstein e a descrição subsequente dessa relação na resposta do grupo à FCA”, adianta o Barclays.

O Barclays conclui o comunicado com a garantia de que “o conselho continuará a cooperar totalmente com a investigação regulatória e fornecerá uma atualização adicional conforme e quando for apropriado”.

Staley não é o único a ver-se no meio de polémica devido a ligações com o misterioso milionário norte-americano. Entre outros comentados por terem tido uma ligação a Epstein está o terceiro filho da rainha de Inglaterra, Isabel II. O príncipe André deixou as suas funções públicas na família real britânica na sequência de uma entrevista à BBC em que afirmou não lamentar a sua relação com Epstein. As autoridades americanas denunciaram recentemente que André tem oferecido”zero de cooperação” na investigação a Epstein e aos seus alegados cúmplices no suposto tráfico sexual.

Epstein foi encontrado morto na sua cela, numa prisão de alta segurança em Nova Iorque. Ter-se-á alegadamente enforcado. As duas câmaras de vigilância que vigiavam a cela de Epstein não gravaram imagens da altura do incidente. Os dois guardas que estavam de serviço e eram responsáveis pela vigilância da cela foram acusados de conspiração e falsificação de registos prisionais e encontram-se a aguardar julgamento.

Atualizada às 19H00 com mais informação

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