//CGD acelera venda no Brasil e pode rever lucro em alta

CGD acelera venda no Brasil e pode rever lucro em alta

Sem percalços, Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), tem acelerado ao longo de 2019 a venda de operações fora de Portugal. O Banco Caixa Geral – Brasil é o mais recente ativo internacional cuja venda está mais perto de ser concretizada. As propostas vinculativas deverão chegar às mãos de Macedo entre outubro e dezembro deste ano, noticiou ontem a Lusa. A CGD confirmou ao DV que existe esta expectativa, depois de o governo ter aprovado, em Conselho de Ministros, na passada quinta-feira, a resolução que selecionou os potenciais investidores que irão ser convidados a apresentar propostas vinculativas pelo banco no Brasil.

Os nomes dos investidores escolhidos serão conhecidos na próxima semana, com a publicação da resolução em Diário da República. Paulo Macedo afirmou, em fevereiro deste ano, que 115 entidades “mostraram interesse” em receber informação sobre a operação da CGD no Brasil. O Banco Luso Brasileiro, detido em 43% pelo Grupo Amorim, será um dos interessados na compra do banco, noticiou o Expresso no início de agosto. Outros interessados serão o Banco ABC Brasil, controlado pelo grupo árabe Bank ABC, e o fundo brasileiro Artesia, segundo o site Eco.

À espera dos reguladores

Com o avanço da venda do banco da CGD no Brasil, “conclui-se, assim, outro passo estratégico para a execução do calendário dos compromissos subjacentes à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos pelo Estado”, afirmou o governo no comunicado do Conselho de Ministros de quinta-feira. No dia 1 de agosto, o Executivo tinha já aprovado o caderno de encargos da venda do Banco Caixa Geral – Brasil.
No seguimento da implementação do Plano Estratégico 2020 da CGD, já foram encerradas as sucursais de Londres, Cayman, Macau Offshore, Zhuhai e Nova Iorque. Durante a primeira metade deste ano avançou o processo de venda das participações sociais detidas pela CGD na Mercantile Bank Holdings Limited, na África do Sul, e no Banco Caixa Geral, em Espanha. Sobre estas vendas, a CGD está ainda “a aguardar resposta dos reguladores” locais. O administrador financeiro da CGD disse a analistas, em julho, que o lucro do banco pode ser revisto em alta se a resposta dos reguladores surgir até ao fim de setembro, antes de estarem auditadas as contas. “Se assim fosse, para ambas as subsidiárias, esperamos que o impacto no resultado líquido dos primeiros seis meses seja positivo em 157 milhões de euros”, afirmou José Brito. O valor irá somar aos 283 milhões de euros de lucro que a CGD reportou no primeiro semestre do ano.
Mas há outros processos de reestruturação de operações internacionais em curso no banco público. No início de 2019 arrancou o processo de venda do Banco Comercial do Atlântico, em Cabo Verde, e o encerramento da sucursal do Luxemburgo, cuja conclusão deverá ocorrer até ao final do corrente ano, segundo a CGD. Estas operações visam racionalizar a estrutura internacional da CGD – cortando os ativos para metade -, para libertar capital e melhorar o perfil de risco do banco.

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