Joe Berardo, que em 2008 acumulava dívidas de 347 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos, terá entregado um aval pessoal no valor de 37,8 milhões de euros. Mas a auditoria da consultora EY aos créditos concedidos pelo banco entre 2000 e 2015 não conseguiu apurar se este chegou a ser executado, ou se foi mesmo efetivamente entregue pelo empresário.
A informação é avançada este domingo pelo jornal Público, que cita documentos da Caixa a que teve acesso, bem como a auditoria aos atos de gestão do banco levada a cabo pela EY, cujo relatório final foi entregue recentemente no parlamento.
Segundo o diário, a Direção de Grandes Empresas da CGD fazia, em finais de 2008, referência a “um aval pessoal do comendador José Berardo de 37,8 milhões de euros”, entregue a par de ações do BCP, para garantir dívidas da Fundação José Berardo contraídas durante a liderança do banco por Carlos Santos Ferreira.
O Público também dá conta de um pedido de carência de juros e capital por 24 meses feito pelo empresário, com dívidas de 297 milhões de euros pela fundação, e de outros 50 milhões pela Metalgest. A descoberto estariam 200 milhões de euros, 60% da dívida. E descreve as diligências da Caixa para recuperar o dinheiro: pedido de reforço de garantias, de devolução de parte do crédito (23 milhões de euros) e cobrança de parte dos juros.
Os documentos consultados indicam que Berardo terá chegado a pagar juros sobre o montante de crédito segurado pelo aval, mas não há dados sobre uma eventual execução. Foi a conclusão a que chegou a auditoria à gestão da Caixa, segundo a qual o banco não disponibilizou informação sobre esta garantia. Ao Público, a CGD também não respondeu.
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