O governo conta com dividendos da Caixa Geral de Depósitos no próximo ano para ajudar a cumprir a meta do défice. E vê como “plausível” o valor de 200 milhões de euros apontados pelo Secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Mourinho Félix. “A gestão acha que a distribuição desse valor é plausível e a gestão diz que esse é o montante para começar”, disse o presidente do banco público, Paulo Macedo, na conferência de imprensa sobre a apresentação de resultados.
Apesar de mostrar confiança de que a Caixa consiga distribuir dividendos, Paulo Macedo ressalva que ainda há dez passos a seguir antes do banco público poder remunerar o Estado, desde resultados de testes de seres até ao aval do BCE da Direção-Geral da Concorrência, por exemplo. “Vários destes passos não estão fixados. Mas temos bons indicadores”, garante o presidente da CGD, detalhando que, a confirmar-se a distribuição de resultados, essa poderá ocorrer no segundo trimestre do próximo ano.
O dividendo da Caixa, e também o do Banco de Portugal, serão fatores a ajudar o Estado a cumprir com a meta do défice, que foi fixada em 385 milhões de euros (0,2% do PIB) na proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano. Em relação à discussão política sobre se a CGD deveria ou não pagar dividendos, Paulo Macedo considera que em diversas situações o banco público serve como “arma de arremesso”. Disse que a remuneração aos contribuintes, que colocaram mais de quatro mil milhões de euros no banco, “devia ser natural e não uma arma de arremesso”.
A Caixa reportou um lucro de 369 milhões de euros desde o início do ano até setembro, o que compara com um prejuízo de 46,8 milhões no mesmo período de 2017. A ajudar à melhoria dos resultados esteve uma descida dos custos e um aumento das comissões.
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