A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou um lucro líquido de 86 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, uma quebra de 31% face ao resultado de igual período do ano passado, penalizado pela crise provocada pela epidemia de coronavírus.
“Em termos de perspetivas para 2020, continuamos com grande incerteza”, disse José Brito, administrador financeiro da CGD, na conferência de apresentação de resultados do primeiro trimestre, na sede do banco, em Lisboa.
A atividade em Portugal contribuiu com 63,8 milhões de euros para o lucro consolidado da CGD nos primeiros três meses deste, uma quebra de 25,5% explicada com o ganho registado no período homólogo com a venda do imóvel na Rua do Ouro. O contributo do negócio internacional foi de 22,4 milhões de euros, menos 45%.
“O resultado líquido inclui um reforço da imparidade de crédito e provisão para garantias bancárias no montante de 60 milhões de euros em antecipação dos efeitos expectáveis da crise económica”, referiu o banco estatal esta quarta-feira, em comunicado.
“O resultado reflete ainda os primeiros impactos económicos resultados da pandemia de Covid-19 que se começaram a sentir apenas na segunda quinzena de março. As medidas resultantes da declaração de estado de emergência originaram uma redução da transaccionalidade e da procura de crédito, quer por empresas, quer por particulares”, sublinhou.
A margem financeira consolidada recuou 7,3% para 263 milhões de euros e o produto global caiu 5,9% para 427 milhões de euros. Quanto às receitas de comissões, situaram-se em 123 milhões de euros, uma subida face aos 118 milhões de euros obtidos no primeiro trimestre de 2019, sobretudo suportada no aumento de colocação de fundos de investimento e seguros financeiros.
Os depósitos de clientes aumentaram 1,7 mil milhões de euros, suportados na captação conseguida pela CGD Portugal.
A produção de crédito à habitação cresceu 13%, “apesar dos sinais de abrandamento na segunda quinzena de março”.
Paulo Macedo, presidente executivo da CGD, confirmou esta tarde, em conferência de imprensa, que o conselho de administração do banco vai propor a retenção dos dividendos relativos ao exercício de 2019.
Atualizada às 18H58 com mais informação
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