A Caixa Geral de Depósitos apresentou um lucro de 496 milhões de euros em 2018, quase dez vezes mais que os 52 milhões obtidos em 2017. O banco liderado por Paulo Macedo conseguiu o melhor resultado anual desde 2007, ano em que tinha lucrado 856 milhões de euros. E confirma o fim dos anos de prejuízos.
Entre 2011 e 2016, a CGD tinha tido prejuízos acumulados de 3,84 mil milhões de euros, que obrigaram a recapitalizações avultadas por parte do Estado. Em 2017 recebeu 3,9 mil milhões e teve de se comprometer com Bruxelas com um plano de reestruturação que implicava o fecho de balcões, corte de custos e a saída de operações internacionais.
“O resultado líquido consolidado de 2018 de 495,8 milhões de euros representa uma forte evolução face aos 51,9 milhões de euros alcançados em 2017”, indica o comunicado sobre os resultados da Caixa Geral de Depósitos.
Menos provisões para reestruturação ajudam contas
A ajudar os resultados estiveram as menores provisões constituídas para assumir perdas com a execução do plano de reestruturação. Em 2017 o banco público tinha colocado de lado 610 milhões de euros para fazer face a essas despesas. Este ano o banco deixou de ter essa provisão e libertou mesmo parte dessa despesa que tinha sido constituída.
José Brito, administrador da CGD, considerou, na conferência de imprensa sobre os resultados, que “a excecionalidade esteve em 2017 e não em 2018”. Já Paulo Macedo detalhou que “a CGD apresenta cerca menos de 100 milhões de euros de custos que no ano anterior. Ao contrário do ano passado não teve de constituir rescisões por mútuo acordo e para eventuais perdas nas vendas das operações internacionais”.
O banco conseguiu subir resultados também com a descida dos custos. “Os custos de estrutura consolidados atingiram 1.000,9 milhões de euros em 2018, reduzindo-se em 102,4 milhões de euros (-9,3%), face a dezembro de 2017”, referiu o banco liderado por Paulo Macedo
Também as comissões permitiram mais rendimento ao banco público. “Os resultados de serviços e comissões totalizaram 474,2 milhões de euros em 2018, um crescimento de 9,3 milhões de euros (+2,0%), face a dezembro de 2017”, indicou a CGD.
Apesar da subida do lucro, a CGD viu o produto bancário encolher 229 milhões de euros, fruto das descidas dos resultados de operações financeiras e também da margem financeira.
“Em 2018 a margem financeira estrita atingiu 1.204,8 milhões de euros, uma variação de -36,3 milhões de euros (-2,9%) face ao ano anterior. O comportamento da margem financeira consolidada foi negativamente afetado pelo impacto da depreciação cambial do Kwanza Angolano e da Pataca Macaense face ao Euro”, indica a CGD. Já os resultados de operações financeiras caíram 184 milhões para 31,7 milhões de euros.
O banco público reportou um rácio CET (fundos próprios de nível 1, que mede a solidez financeira) de 14,7%, acima dos 14% alcançados no final de 2017. O presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, considera que esses níveis são “robustos”. Destacou ainda a descida do rácio de crédito não produtivo (NPL) que baixou para 8,5%. “Há dois anos era de cerca do dobro”, indicou o líder do banco público.
(Atualizada às 17:42 com mais informação)
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