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CGD continua intransigente nos aumentos mesmo na conciliação, diz sindicato

O sindicato STEC disse esta segunda-feira que a CGD continua intransigente nos aumentos de 3,6% este ano e que reafirmou a sua proposta no processo de conciliação, mas que não aceitará essa desconsideração para com os trabalhadores.

“Não deixa de ser irónico que no dia do anúncio dos lucros, no âmbito do processo de conciliação da negociação salarial deste ano, (…) a última proposta para 2024 apresentada pela administração da CGD, pasmem-se, foi de 3,2% de aumento na retribuição base, com o valor mínimo de 60 euros (média ponderada de 3,6%), sem aumento das diuturnidades”, disse o STEC hoje em comunicado.

Para o sindicato, os 889 milhões de euros de lucros da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no primeiro semestre “resultam em grande medida do esforço e dedicação dos trabalhadores, com condições de trabalho cada vez mais degradadas e desumanizadas”, pelo que afirma que não aceitará o aumento proposto.

“Esperará esta administração que os trabalhadores aceitem de bom grado esta desconsideração e desvalorização das suas condições salariais e laborais, sendo que todos os dias são vítimas de pressões internas e externas, que os atingem incondicionalmente física e psicologicamente, a si e aos seus? O STEC deixa uma garantia: não aceitará assinar aumentos que não sejam justos”, lê-se ainda no comunicado.

O STEC e a CGD têm estado em posições muito distantes quanto aos aumentos negociais para este ano (o sindicato convocou mesmo uma greve em março), pelo que o sindicato decidiu passar para o Ministério do Trabalho a negociação salarial com o banco público.

Quando o STEC (o sindicato mais representativo no banco público) anunciou esta decisão, em início de julho, fonte oficial da CGD disse que “regista que o STEC tenha decidido recorrer a uma forma de negociação alternativa, quando prosseguiam as reuniões com vista à revisão salarial dos colaboradores da Caixa”.

O STEC exige 4,1% de aumento, com um mínimo de 79 euros (média ponderada de 4,67%), e a atualização de diuturnidades.

Considera o sindicato que a CGD está sólida e com saúde financeira, visível nos lucros, que a proposta não põe em causa a sustentabilidade do banco e que os trabalhadores precisam de ser valorizados e de recuperar algum do poder de compra perdido desde 2010.

Já a CGD tem dito que a remuneração total proposta reconhece o valor dos trabalhadores e considera que a reivindicação do STEC representa “um custo insustentável” e põe “em causa a sustentabilidade financeira”.

A CGD já avançou, em fevereiro, com o processamento de um aumento de 3%, num mínimo de 52,63 euros.

Quanto a outras negociações salariais na banca, o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) acordou com os bancos subscritores do Acordo Coletivo de Trabalho do setor (são cerca de 20, caso de Santander Totta, Novo Banco e BPI) aumentos de 3% este ano.

Já os sindicatos bancários afetos à UGT recusaram a proposta de 3% e consideraram que aceitar esse valor é “trair os bancários”.

No final de junho, a CGD contava com 6.247 trabalhadores e 512 agências, mantendo o número de balcões, mas com mais quatro funcionários face ao fim de dezembro de 2023.

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