//CGTP rejeita critérios que possam limitar crescimento do salário mínimo nacional

CGTP rejeita critérios que possam limitar crescimento do salário mínimo nacional

A CGTP rejeitou esta sexta-feira a possibilidade de a diretiva comunitária sobre salário mínimo vir a impor critérios e mecanismos que possam significar tetos para o salário mínimo nacional (SMN), impedindo o seu crescimento.

A central sindical lembrou em comunicado que vão ter início negociações nas instituições europeias para elaborar uma diretiva relativa à fixação de “salários mínimos adequados” na União Europeia, e manifestou preocupação quanto a uma eventual limitação do crescimento do SMN.

“As recentes declarações da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, à margem da reunião de ministros do emprego da UE, dão razão aos alertas da CGTP-IN sobre os conteúdos da diretiva europeia sobre salários mínimos adequados”, disse a CGTP, lembrando que o Governo tem defendido “a proposta que define como referencial para a fixação de um salário mínimo adequado que não seja inferior a 60% do salário mediano bruto ou a 50% do salário médio bruto”.

Segundo a Intersindical, a afirmação da ministra do Trabalho de que o aumento do salário mínimo para 705 euros em 2022 “está dentro destes padrões e cumpre estes dois indicadores”, confirma, mesmo antes da aprovação da diretiva, que “este referencial poderá ser utilizado como um teto e ser um obstáculo ao aumento do salário mínimo nacional”.

“Num país como o nosso, onde prevalecem os baixos salários e onde um número cada vez maior de trabalhadores ganha o salário mínimo nacional ou pouco mais que isso, estes referenciais colocam o salário mínimo num valor considerado adequado, o que não pode deixar de merecer a oposição por parte daqueles que, como a CGTP-IN, lutam e defendem um aumento geral dos salários e o aumento significativo do salário mínimo nacional como elemento central da melhoria das condições de vida e de trabalho e do desenvolvimento do país”, defendeu.

A inter explicou no comunicado que “a aproximação que se verifica em Portugal dos salários médios ao salário mínimo nacional não acontece porque o salário mínimo é elevado (já que o mesmo está muito longe do rendimento considerado adequado para uma vida digna, que é de 1.136 euros), mas porque os salários médios são baixos e se assiste a uma desvalorização das profissões, o que reforça a reivindicação da CGTP-IN da valorização das carreiras e profissões e de um aumento geral dos salários de todos os trabalhadores em 90 euros”.