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O comércio externo da China continuou a acelerar, em setembro, confirmando a rápida recuperação da segunda maior economia do mundo, o primeiro país a detetar casos do novo coronavírus, mas também a controlar a epidemia.
As exportações aumentaram 9,9%, para 239.800 milhões de dólares (cerca de 203.000 milhões de euros), depois de terem crescido 9,5%, em agosto, segundo dados das alfândegas chinesas.
As importações aumentaram 13,2%, para 202.800 mil milhões de dólares (cerca de 172.000 milhões de euros), depois de terem contraído 2,1% no mês anterior.
As exportações beneficiaram da reabertura precoce da China, face ao resto do mundo.
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O país foi o primeiro a detetar casos de covid-19 e a aplicar restritas medidas de prevenção, mas foi também o primeiro e repor a normalidade, fornecendo equipamento de proteção e médico, numa altura em que muitos países continuam a combater a epidemia.
Os exportadores chineses aumentaram assim a sua participação no mercado, face a concorrentes estrangeiros limitados por medidas de confinamento e distanciamento social.
As exportações para os Estados Unidos aumentaram 20,5%, para 44.000 milhões de dólares (37.300 milhões de euros), apesar da guerra comercial entre os dois países, que incluiu a imposição de taxas alfandegárias punitivas sobre produtos oriundos da China.
As importações de produtos norte-americanos aumentaram 24,5%, para 13.200 milhões de dólares (mais de 11.000 milhões de euros).
“Novos surtos do vírus em parceiros comerciais constituem um desafio, mas a exportação de produtos que beneficiam da procura relacionada com o vírus deve manter-se”, disse Louis Kuijs, da consultora Oxford Economics, num relatório.
O excedente na balança comercial da China aumentou 6,6%, em relação a setembro do ano anterior, para 37.000 milhões de dólares (31.360 milhões de euros), mas caiu drasticamente, face a agosto, quando registou um ‘superavit’ de 58.900 milhões de dólares (49.930 milhões de euros).
Nos primeiros nove meses do ano, o ‘superavit’ comercial do país foi de 2,31 biliões de yuan (289.437 milhões de euros), um aumento de 12,7%, face ao mesmo período de 2019.
As construtoras de automóveis e outros grandes fabricantes estão de volta à atividade, ajudando a impulsionar a procura por minério de ferro, cobre e outros materiais industriais importados.
Os importadores beneficiaram ainda da queda nos preços do petróleo e de outras matérias primas, devido à fraca procura mundial.
As vendas no setor retalhista abrandaram nos meses anteriores, no entanto, já que os consumidores adiaram grandes compras, face à instável situação laboral. Os gastos regressaram aos níveis anteriores à pandemia em agosto, mas ficaram apenas 0,5% acima do mesmo mês do ano anterior.
Economistas alertaram que alguns exportadores chineses de telemóveis e outros produtos de alta tecnologia podem enfrentar problemas devido às restrições impostas por Washington no acesso a componentes produzidos nos Estados Unidos.
O governo de Donald Trump tem pressionado os países europeus e outros a evitarem fornecedores chineses nas suas redes de telecomunicações de quinta geração (5G). Isto pode pesar nas exportações de produtos de alta tecnologia, que Pequim está a promover, visando impulsionar o desenvolvimento do país.
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