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A China liderou os níveis recorde de compras de ouro pelos bancos centrais nos primeiros nove meses do ano, numa altura em que os países tentam proteger-se da inflação e reduzir a dependência face ao dólar norte-americano.
No total, os bancos centrais em todo o mundo compraram 800 toneladas entre janeiro e setembro, um aumento de 14%, em relação ao ano anterior, de acordo com um relatório do Conselho Mundial do Ouro, um grupo do setor.
A inflação galopante e a depreciação das moedas de muitos países desencadearam uma corrida ao ouro como reserva de valor. Esta dinâmica foi também motivada pelo desejo dos países de reduzirem a sua dependência face ao dólar como moeda de reserva, na sequência das sanções impostas por Washington contra Moscovo, segundo analistas.
A China destacou-se como o maior comprador de ouro este ano. O Banco do Povo da China (banco central) disse ter adquirido 181 toneladas nos primeiros nove meses de 2023. O metal precioso compõe agora 4% das reservas do país asiático.
A Polónia, com 57 toneladas, e a Turquia, com 39 toneladas, foram, respetivamente, o segundo e terceiro maiores compradores, no terceiro trimestre.
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O volume de compras pelos bancos centrais surpreendeu os analistas, que esperavam um abrandamento, em relação aos valores recorde atingidos no ano passado. Estas preocupações foram reforçadas pelo conflito que eclodiu no Médio Oriente entre o Hamas e Israel, que elevou o preço do ouro em quase 10%, no período de 16 dias.
A compra de ouro pelo banco central chinês, juntamente com a desvalorização da moeda chinesa, o mercado bolsista local insípido e o setor imobiliário em crise, também encorajou os consumidores chineses a comprar ouro para proteger o valor do seu património.
Estes fatores ajudaram a manter os preços do ouro perto do seu máximo histórico de 2.072 dólares por onça troy (equivale a 31,1 gramas), apesar de os investidores acreditarem cada vez mais que a Reserva Federal dos Estados Unidos vai manter as taxas de juro “mais elevadas durante mais tempo”.
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