As autoridades chinesas prometeram hoje reduzir impostos e apoiar as empresas a recuperarem dos prejuízos causados pelo surto do coronavírus Covid-19, expressando confiança de que as metas de crescimento do Partido Comunista podem ser alcançadas.
Em conferência de imprensa, as autoridades financeiras e de planeamento económico revelaram estar a estudar a melhor forma de apoiar as empresas, depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, ter prometido publicamente, na semana passada, ajudas ao setor agrícola e outras indústrias.
O setor manufatureiro começou nos últimos dias a recuperar a atividade, mas analistas consideram que só a partir de meados de março é que as fábricas e construtoras poderão retomar a sua capacidade total.
A mobilização nacional contra a propagação da doença, que surgiu em dezembro passado, em Wuhan, centro do país, envolveu restrições à movimentação de centenas de milhões de pessoas, durante mais de um mês, ditando o encerramento de fábricas e negócios.
Pequim está a estudar reduzir a carga fiscal e as taxas de juros no crédito concedido às empresas, assim como atribuir compensações às áreas pobres mais atingidas pelo surto, disse o vice-ministro das Finanças, Ou Wenhan.
“Faremos um bom trabalho na implementação da redução das taxas de juros em larga escala e diferimento de impostos, e garantiremos uma implementação eficaz o mais rápido possível”, garantiu.
As autoridades locais enfrentam agora um dilema entre as ordem para retomar a atividade económica e conter a propagação do vírus. O regresso de centenas de milhões de pessoas ao trabalho poderia resultar em novo aumento das infeções.
No domingo, Xi Jinping ordenou que regiões com baixo risco de contágio levantem restrições e retomem a atividade, enquanto as regiões de alto risco devem concentrar-se no controlo. Xi disse ainda que as autoridades também devem garantir o plantio da primavera nas zonas rurais.
Questionado se Pequim vai reduzir as suas metas de crescimento económico para este ano, o secretário geral da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo chinês de planificação económica, disse estar confiante de que o impacto do vírus é temporário.
O Partido Comunista ainda não anunciou a meta de crescimento económico para este ano, após em 2019 ter crescido ao mais baixo ritmo em quase três décadas, de 6,1%.
Analistas esperam que a segunda maior economia mundial cresça 6% este ano, mas advertem que se a doença não for controlada rapidamente, o crescimento poderá cair para 5%, aumentando o risco de perda maciça de empregos, algo visto como politicamente perigoso para o regime.
“O impacto do surto na economia e na sociedade é de curto prazo e geralmente controlável e não mudará os fundamentos económicos positivos de longo prazo da China”, garantiu Cong Liang. “As metas de desenvolvimento económico e social para 2020 podem ser alcançadas”, apontou.
O número de pacientes e mortos na China continental fixou-se hoje em 77.150 e 2.592, respetivamente. No entanto, apenas sete entre as 27 províncias e regiões autónomas da China continental reportaram novos casos diários.
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