Mais de uma centena de chefes de Estado e governos, cerca de 70 multinacionais e filantropos e perto de 40 organizações internacionais juntam-se a partir desta quinta-feira, e durante dois dias, na Cimeira para um Novo Pacto Financeiro Global, com o objetivo de encontrar um sistema que responda à desigualdade, às alterações climáticas e proteja a biodiversidade.
O evento realiza-se na sede da UNESCO e da OCDE, em Paris, e não é a primeira vez que os líderes mundiais se juntam em França para mediar acordos internacionais.
Em discussão vão estar novas ferramentas financeiras, que serão debatidas em seis mesas-redondas de alto nível e 40 eventos paralelos. Um dos objetivos é promover a interação entre bancos de desenvolvimento multilaterais, capital privado, finança ambiental, infraestruturas verdes e soluções para a dívida.
Esta cimeira deverá “estabelecer os princípios para futuras reformas e preparar o caminho para uma parceria mais equilibrada entre o norte e o sul”, refere a organização. Deve ainda estabelecer “novos acordos para aliviar o peso da dívida e permitir o acesso de mais países a financiamento para desenvolvimento sustentável”.
De forma a facilitar este processo, a França quer promover uma reforma dos bancos de desenvolvimento multilaterais, assim como criar uma rede de estruturas regionais e nacionais para apoiar o desenvolvimento sustentável.
Além do presidente francês, Emmanuel Macron, está ainda confirmada presença da Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, o Secretário Geral das nações Unidas, António Guterres, a Presidente do BCE Christine Lagarde, o chanceler alemão Olaf Scholz, a Diretora geral do FMI, Kristalina Georgieva, o presidente da fundação Rockeffeller, Rajiv Shah, a filantropa Melinda Gates, o príncipe Aga Khan, o primeiro ministro chinês Li Qiang ou a Directora Geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, entre tantos outros. Destaque ainda para a presença de vários países africanos, representados ao mais alto nível, a assinalar a importância do tema para a região.
Esta cimeira surge 80 anos depois de Bretton Woods, onde a Conferência Monetária e Financeira Internacional das Nações Unidas e países associados deu origem a um novo sistema de gestão monetária, que estabeleceu as regras para as relações comerciais e financeiras entre os Estados Unidos, Canadá, países da Europa Ocidental, Austrália e Japão. Regras que já não respondem aos desafios atuais.
As conclusões que saírem desta cimeira devem continuar a ser desenvolvidas nas próximas reuniões do G20, mas também na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e no COP 28, marcado para dezembro, no Dubai.
Deixe um comentário