//Cimeira UE/EUA: Biden quer convencer aliados a fazer frente à China

Cimeira UE/EUA: Biden quer convencer aliados a fazer frente à China

“A grande prioridade de Biden no encontro com os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu é a concertação de posições entre os dois blocos em torno dos grandes desafios globais – alterações climáticas, comércio e tecnologia – não necessariamente por esta ordem”, explicou à Lusa Ana Isabel Xavier, professora de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa.

Para esta investigadora, Biden quer que os dois blocos “reafirmem o seu compromisso comum na liderança das democracias liberais, em torno das regras de uma economia de mercado justa”.

Por isso, a Casa Branca olha com desconfiança para as manifestações de simpatia da UE com Pequim, cujas ambições de expansão económica rivalizam com a estratégia de domínio norte-americano.

“As relações entre os EUA e a China não mudaram muito com a alteração da administração na Casa Branca. Mas a Europa tem tido uma relação diferente com a China. Nesta viagem, Biden irá tentar convencer os aliados europeus a endurecer a posição perante Pequim”, disse à Lusa Nuno Gouveia, especialista em política norte-americana.

Na véspera de Biden tomar posse como Presidente, em janeiro, a UE anunciou um acordo de investimento com a China que causou evidente desconforto na futura equipa da Casa Branca e, do outro lado do Atlântico, não demoraram as pressões para que Bruxelas fosse menos flexível perante as intenções de Pequim.

Por isso, Biden tem vindo a propor que as democracias ocidentais se unam num grande projeto de afirmação global, tentando contrariar a expansão chinesa.