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Os cinco maiores bancos a operar em Portugal reestruturaram mais de 30 mil créditos à habitação, incluindo ao abrigo do decreto-lei do Governo que força os bancos a fazê-lo no caso de famílias em dificuldades por aumento da taxa de juro.
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De acordo com um levantamento feito pela Lusa, entre comunicações feitas em conferência de imprensa ou em resposta escrita, os bancos realizaram 31 350 reestruturações de créditos à habitação.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi a que mais créditos reestruturou, com o presidente do banco público, Paulo Macedo, a precisar na conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro trimestre deste ano que tinham sido feitas cerca de 8 900 reestruturações, das quais 900 ao abrigo do decreto-lei em causa.
Por sua vez, o presidente executivo do BCP, Miguel Maya, registou que o banco reestruturou 6 500 créditos, dos quais 650 no âmbito da norma do Governo.
Em resposta escrita enviada à Lusa, o Santander Totta disse ter feito 7 900 renegociações apenas no primeiro trimestre.
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Recorrendo ao mesmo canal, o Novo Banco disse ter reestruturado no primeiro trimestre deste ano 6 150 créditos à habitação, invocando a criação de “mecanismos de acompanhamento e soluções adequadas” depois dos anteriores ciclos de crise da zona euro que impactaram as taxas de juro.
Por fim, o BPI apresentou, entre janeiro e abril, 1.900 contratos renegociados.
Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro trimestre, em Lisboa, o presidente do banco, João Pedro Oliveira e Costa, assinalou que o número de pedidos de reestruturação de créditos tem vindo a descer. Depois de nas primeiras quatro semanas após a publicação do decreto-lei do Governo o banco ter recebido mais de mil pedidos por semana, recentemente estas solicitações têm estado abaixo dos cem pedidos semanais.
A expectativa é de que mais créditos à habitação deverão ser revistos nos próximos meses, uma vez que as taxas de referência deverão continuam a subir até ao verão e há contratos com indexantes como a Euribor a 12 meses que ainda não foram revistos.
De acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal, referentes a março, 41% do montante de empréstimos à habitação própria permanente tinham como indexante a Euribor a 12 meses, enquanto 33,7% estavam indexados à Euribor a seis meses e 22,9% à Euribor a três meses.
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