A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defende, numa carta enviada ao primeiro-ministro, que o Programa Nacional de Investimentos 2030 (PIN 2030), entregue na Assembleia da República pelo Governo, contém uma “grave lacuna”.
Na carta, a que o Dinheiro Vivo teve acesso, a CIP afirma que a prioridade deveria ser a ligação ferroviária entre os portos do Norte e Centro de Portugal com a fronteira”. “Esta prioridade fica comprometida pelo facto do projeto relativo ao Corredor Internacional Norte se limitar a uma nova ligação ferroviária eletrificada, apenas entre Aveiro e Mangualde e remetida para o final do horizonte temporal do PNI 2030”, lê-se.
A persistir, a CIP considera que põe em causa a competitividade da economia portuguesa. “Manteria Portugal isolado dos mercados europeus por tempo indeterminado, sem ligações competitivas e diretas com a Europa pelo meio de transporte económica e ambientalmente mais sustentável – a ferrovia”.
“Portugal ficaria, assim, arredado da solução que foi adotada pela União Europeia para a movimentação de mercadorias no espaço europeu e sem alternativa face aos constrangimentos que muito provavelmente serão impostos por Espanha e França ao transporte rodoviário de mercadorias”, sublinha ainda.
E, fundamenta:”Isso afetaria, de forma drástica, por várias décadas, a competitividade da nossa economia”, bem como “a nossa capacidade de atração e fixação de investimento”, tanto estrangeiro como nacional, “gerando desemprego e empobrecimento cada vez maior face à União Europeia”. Além disso, “deixaria por muitos anos nas mãos da Espanha decisões críticas para o desenvolvimento de Portugal, como a dos timings da construção até às nossas fronteiras de linhas ferroviárias de bitola europeia integradas na rede transeuropeia”.
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