//CMVM está a acompanhar com “especial atenção” a Navigator

CMVM está a acompanhar com “especial atenção” a Navigator

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) está a acompanhar com “especial atenção” o comportamento dos títulos da Navigator, depois de a papeleira portuguesa ter chegado na manhã desta segunda-feira a cair mais de 18% na bolsa portuguesa.

“A CMVM, no âmbito das suas competências de supervisão, irá continuar a acompanhar com especial atenção o comportamento deste título”, disse à agência Lusa fonte oficial do supervisor.

Hoje de manhã, a Navigator chegou a cair 18,2%, a maior queda percentual de sempre, para 4,08 euros, depois de ter avançado que vai contestar judicialmente a taxa sobre vendas de papel aplicada pelos EUA.

Pelas 11:50 estava a recuar 10,55% face ao dia anterior, para 4,46 euros.

Carla Maia Santos, analista da XTB, disse à Lusa que será possível “continuar a assistir à fuga dos investidores da empresa”, enquanto não houver um “fecho do tema”, ou seja, enquanto a reclamação da Navigator contra as taxas dos EUA não ficar concluída.

A analista salienta que a Altri (cotada que também é do setor do papel) está a acompanhar o movimento negativo (a cair 2,90% para 8,71 euros pelas 11:50), “com os investidores receosos com o setor”.

“Mesmo a recente valorização do dólar, não está a conseguir manter os investidores no setor do papel. Uma vez que estas empresas estão muito expostas ao mercado norte-americano, uma valorização do dólar tem impacto cambial positivo nas receitas”, afirma Carla Maia Santos.

Além disso, acrescenta, o “fraco volume de negociações na bolsa portuguesa, neste mês de agosto, faz com que uma notícia tenha muito mais impacto no mercado, fazendo com que os movimentos sejam muito mais drásticos”.

Recorde-se que, na sexta-feira, a Navigator anunciou que vai contestar judicialmente a taxa aplicada pelos Estados Unidos sobre as suas vendas naquele país, que tem um impacto de milhões de euros nas contas da empresa portuguesa.

Segundo as contas da Navigator, a nova taxa ‘antidumping’ tem um impacto de cerca de 66 milhões de euros no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e de 45 milhões de euros nos lucros líquidos deste ano.

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