//CNA critica “paliativos e silêncios” e pede reunião com ministro sobre crise no vinho

CNA critica “paliativos e silêncios” e pede reunião com ministro sobre crise no vinho

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pediu esta quinta-feira uma audiência urgente ao ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, sobre a crise no setor do vinho, deixando criticas aos “paliativos e silêncios” do Governo.

“A CNA enviou na manhã desta quinta-feira um pedido de audiência urgente ao ministro da Agricultura para abordar a crise que se vive em todo o setor do vinho, com particular incidência na região demarcada do Douro, e reiterar a necessidade de medidas eficazes para colmatar, no imediato, a perda, em algumas situações total, de rendimento dos viticultores”, referiu, em comunicado.

Para os agricultores, a “dramática situação do setor” exige uma resposta eficaz do Ministério da Agricultura, não se compadecendo com “paliativos, adiamentos ou silêncios ensurdecedores”.

Segundo a CNA, os pequenos e médios produtores estão numa situação de desespero com as ameaças dos grandes agentes da transformação e do comércio de não comprarem uvas a concretizarem-se.

A confederação sublinhou ainda que na região do Douro a situação é mais grave, tendo em conta que os agricultores têm de lidar com o corte no benefício anunciado pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

Em causa estão menos 14.000 pipas, quando no ano anterior já se tinha verificado um corte de 12.000 pipas.

“Mais uma forte machadada no rendimento dos viticultores, que já eram forçados a vender as uvas a preços de há 25 anos e a suportar enormes custos de produção, numa região onde é escandaloso o crescente desequilíbrio de poder de mercado entre a produção, a transformação e o comércio, sempre em prejuízo dos pequenos e médios produtores”, lamentou.

A confederação criticou ainda o facto de apenas ter sido desencadeada a medida de destilação de crise, que não chega aos produtores de uva.

Para a CNA são necessárias medidas extraordinárias de apoio, que mitiguem a perda de rendimentos, apoios que a confederação defende que devem chegar até ao final do ano.

“Se nada for feito, os agricultores serão obrigados a entregar as uvas ao senhor ministro da Agricultura e ao Governo”, avisou.

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